O titular da 1ª Promotoria de Justiça de Tocantinópolis, Saulo Vinhal da Costa, esteve no dia 5 nas aldeias Mariazinha e São José como parte do projeto “Inclusão Sociopolítica dos Apinajé”, do Ministério Público (MPE). Representantes de outras comunidades participaram dos encontros. A partir dos depoimentos de pelo menos 30 caciques, o promotor destaca que a principal deficiência diz respeito ao fornecimento de água potável.
ENCAMINHAMENTOS
Saulo Vinhal da Costa falou sobre a visita. “Boa parte das aldeias indígenas dispõem de poços artesianos, no entanto, nós faremos um levantamento, diante das demandas, a fim de identificar as que estão com poços desativados e aquelas que não possuem poços. Depois disso, faremos os devidos encaminhamentos às instâncias e órgãos competentes para que providências sejam tomadas”, afirmou.
RELATOS
Ao MPE, o cacique da Aldeia Furna Negra, José Dilson, disse que a comunidade vive há dez anos sem água limpa. “Precisamos andar oito quilômetros [ida e volta] para buscar água, levando o balde nas costas”, afirmou. Cacique da Aldeia Areia Branca, Pedro Souza Dias, também pediu a instalação de um poço na comunidade: “Tem criança que bebe água do rio e dá dor de cabeça, febre, dor de barriga. É um problema pra gente. Viemos aqui falar com o doutor [promotor de Justiça] pra ver se ele nos ajuda”, afirmou.
OUTRAS DEMANDAS
Além de dificuldades de se obter água potável, os caciques relataram ainda o mau estado de conservação das estradas – que dificulta, principalmente, o transporte de estudantes e de doentes -, falta de medicamentos, problemas na infraestrutura das escolas e ausência de energia. O promotor de Justiça afirmou que um relatório com todos os problemas será encaminhado aos entes responsáveis por cada demanda apresentada.
ENTENDA
O projeto de “Inclusão Sociopolítica dos Apinajé” tem objetivo de dar voz à comunidade indígena, verificar quais os problemas mais comuns existentes e encaminhar as demandas às devidas autoridades. A situação deve ser verificada em 63 aldeias da região do Bico do Papagaio – a maioria, em Tocantinópolis.