Com Fernando Ubaldo decidindo entregar o comando da Secretaria de Segurança Pública (SSP) após o Palácio Araguaia dispensar doze delegados das chefias regionais, o governador Mauro Carlesse (PHS) optou por designar o titular da Secretaria de Cidadania e Justiça (Seciju), Heber Luís, para assumir a pasta cumulativamente. Entretanto, tal decisão não encontrou respaldo no Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Tocantins (Sindepol). O presidente da entidade, Mozart Félix, vê designação como “falta de tato” do Executivo.
Ao CT, Mozart Félix disse não ter “nada contra o secretário em si”, mas vê com preocupação o comando da SSP a alguém de fora da área. “Até então a pasta vinha sendo tocada por um delegado que é conhecedor da Segurança Pública, da Polícia Civil, e sabe como gerenciar, administrar, conhece a pasta”, ressalta. Paralelo a isto, o presidente do Sindepol manifesta preocupação com o fato de Heber Luís Fidelis Fernandes estar à frente da Seciju, que considera já ser de alta “complexidade” e que “demanda muito trabalho”.
“Demonstra mais uma vez a falta de tato do governo ao lidar com as questões da Polícia Civil. Não dá para a gente imaginar que um secretário que está acumulando Cidadania e Justiça e a Segurança Pública seria o melhor gestor”, acrescenta Mozart Félix, que apesar de dizer não ter nada contra Heber Luís, questionou a gestão do mesmo. “A gente pode dizer que [a Seciju] não vem sendo gerida a contento. Tem crises sistemáticas, inclusive graves, como a que ocorreu em Barra da Grota”, citou o presidente do Sindepol.
Por fim, Mozart Félix reforçou a necessidade de indicar alguém da área para o comando da SSP. “O ideal seria colocar a Secretaria de Segurança Pública, a Polícia Civil para ser comandada por delegados experientes, capazes e que tivessem autonomia. O problema não era o gestor – Fernando Ubaldo -, pelo contrário, [a crise] foi iniciada porque não deram autonomia para o gestor da pasta ou ao delegado geral – Vinicius Mendes – para tocar a Polícia Civil”, encerrou.