Um dos líderes do movimento que cobra do governo do Estado o pagamento de cerca de R$ 4,2 milhões pelo abastecimento de água na região sudeste, Nexton Vieira afirmou nesta terça-feira, 8, que os 71 pipeiros não vão aceitar o parcelamento da dívida contraída de junho a dezembro. “O governo tem quer encontrar uma solução para nós, haja vista que nós não aceitaremos pagamento parcelado”, avisou Vieira.
Ele explicou que a classe precisa emitir a nota fiscal com os valores de despesas acarretadas pelo serviço prestado. “Até porque nos sobrecarregamos na demora do pagamento. As pessoas com quem trabalhamos querem receber de nós o valor atualizado. Queremos receber tudo para sanar nossas despesas. Não falamos mais nem de lucro, a nossa dívida foi crescendo e a cada dia está piorado. Temos parceiros do serviço que estão com a corda no pescoço. Uns devendo, outro com caminhão penhorado em posto de gasolina e outros com caminhão sucateado devido às localidades em que transitaram”, contou o pipeiro.
Segundo ele, a atual presidente da Agência Tocantinense de Saneamento (ATS), Roberta Castro, tem se mostrado “sensível” com a causa. “Queremos deixar bem claro, que a atual presidente realmente tem sido sensível com a nossa causa. O que ela pode fazer, ela tem feito. Tem nos recebido muito bem. Tem mantido contato conosco. Acreditamos que a parte dela, ela tem feito”, ressaltou.
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Vieira lembrou ainda que a presidente recebeu a classe e disse que iria analisar os processos para verificar a questão de pagamento. “Eu creio que já deu tempo para que os processos fossem analisados, contudo, até o momento, não fomos recebidos pelo governador Mauro Carlesse para que ele possa nos dar uma explicação”, criticou o líder.
Estiagem
Ele contou como os pipeiros fazem a distribuição da água nas regiões carentes do Estado. “Temos caminhões preparados para levar a água nos hospitais, posto de saúde e até na rede de distribuição. Outros caminhões trabalham levando água na região rural, onde o gado está morrendo de sede. O nosso trabalho é árduo e o cumprimos com despesas arcadas por nossa conta. Isso inclui gasolina, borracharia, mecânica, funcionários. Reza no contrato que a partir de 45 dias do trabalho inicial, nós receberíamos a primeira parte para custear as despesas e isso nunca aconteceu”, garantiu Vieira enfatizando que o movimento é pacífico.