Os médicos e empresários Luiz Teixeira, do Hospital Santa Thereza, e José Antônio Fragoso Borges Filho, do Centro de Diagnóstico por Imagem (CDT), acusam o grupo responsável pelo Instituto Ortopédico de Palmas (IOP) de invadir partes do prédio de que são proprietários. Ambos já registraram boletim de ocorrência e a Polícia Civil apura os casos. Diretor do IOP, Bruno Aquino fala em “interpretação contratual diferente” e disse aguardar resolução do imbróglio para instalar mais leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para atender pacientes com Covid-19.
Invasão
Luiz Teixeira disse à Coluna do CT que foi surpreendido com a invasão do IOP de um novo espaço que está em construção no terreno do prédio, do qual seria o responsável. O local será para a instalação de leitos de UTI para a Covid-19, entretanto, antes mesmo de ser concluído, equipamentos do instituto teriam sido armazenados, a fechadura trocada e até foi colocada segurança armada para impedi-lo de entrar. “Teve Polícia, um monte de coisa, e um inquérito foi aberto”, disse o médico, que também relatou ter entrado com uma ação judicial para afastá-los da obra.
Querem dinheiro sem ter investido nada
Conforme Luiz Teixeira, além de ocuparem o espaço com equipamentos para justificar a posse, o IOP também já trabalhava em modificações. O médico também questionou o objetivo da empresa com a invasão, no caso, a mesma da dele. “O que eles estão fazendo hoje é dizendo que é para o bem público, para abrir leitos de Covid-19. Em nome da Covid-19, demoliram paredes e anexaram salas. No fundo, o que querem é o dinheiro sem ter investido nada. Quando começou a Covid-19, eles foram os únicos que tinham leitos que não quiseram ceder ao Estado”, afirmou.
Invasão de estoque do CDT
Proprietário do CDT, José Fragoso também disse à Coluna do CT ter tido problemas com o IOP, mas em janeiro deste ano. O médico relata ter no prédio do hospital um estoque de medicamentos e insumos para abastecer os 20 leitos que mantém no interior do Estado, mas que o espaço também foi invadido. Ele alega também ter sido surpreendido com obras no local e que todo o material que mantinha foi remanejado para um container sem refrigeração. “Soube por um funcionário meu que houve uma invasão e estavam destruindo todo o estoque. Tudo destruído, com 16 pessoas trabalhando. Todos para delegacia. Prejuízo imenso. Uma ação muito malvada de pessoas que não pensam no próximo”, disse. O caso também está sendo apurado em inquérito e Fragoso disse já ter retomado o controle da sala.
Interpretação contratual diferente
Diretor do IOP, Bruno Araújo também conversou com a Coluna do CT e minimizou os episódios. O médico relatou uma espécie de imbróglio referente à locação do prédio e disse que aguarda a resolução. “Tem uma certa confusão, que é mais complexa. Sou diretor do hospital e nós locamos este prédio. O prédio, o terreno, tem um proprietário, que tem uma escritura, que tem a posse do imóvel. O que existe é uma interpretação contratual diferente”, disse. As três empresas tem partes alugadas com a Nap Empreendimentos, conforme relata.
Discussão está interrompendo a expansão dos leitos de UTI
Bruno Araújo não falou especificamente dos casos de invasão, mas demonstrou confiança em ter a liberação dos espaços por parte da Nap Investimentos, que segundo argumenta, deve aguardar o fim dos questionamentos judiciais. O médico ainda destaca a necessidade de espaço para reforçar a oferta de leitos nesta pandemia, mais 20 no caso. “Da minha parte, eu tenho uma interpretação bem tranquila, tenho boa relação com o proprietário. Nós como hospital estamos prontos para atender a sociedade tocantinense, temos serviço muito sério nesta pandemia. Temos em funcionamento 26 leitos de UTI. Estamos cheios. Nós precisamos adequar áreas e estamos prontos para fazer. Esta discussão está interrompendo a expansão dos leitos de UTI”, rebateu.