A presidente da ONG AUqueMia, Lilian Castilho Coutinho, a Pitty, é a convidada do CT Entrevista deste sábado, 4. O obrigo de sua entidade de proteção, denunciada por um vizinho, foi interditado pela Prefeitura de Palmas e essa situação levou a 24ª Promotoria de Justiça da Capital a ingressar na Justiça, no dia 24, com uma Ação Civil Pública (ACP) para fazer o município providenciar a imediata disponibilização de local para os animais. Na quinta-feira, 2, a 1ª Vara da Fazenda e Registros Públicos concedeu liminar e determinou que a prefeitura providencie, imediatamente, um local adequado para abrigar os bichinhos.
ÚNICO E MAIS INTELIGENTE
No programa, Pitty afirmou que não há diálogo das entidades de proteção de animais com a Prefeitura da Capital. Inclusive, ela contou ter sido bloqueada pela prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB) nas redes sociais. A protetora disse que foi por iniciativa das ONGs que o Ministério Público Estadual está pedindo que o município faça 12 mil castrações de animais. Para ela, é “a única e a mais inteligente” solução para essa questão.
CCZ NA REGIÃO SUL
A presidente da AUqueMia defendeu que a construção de um hospital veterinário, como prometido por Cinthia na campanha de 2020, neste momento não é o mais urgente. Pitty afirmou que é preciso, primeiro, uma séria e grande campanha de castração – hoje a oferta do procedimento é pouquíssima, disse –; depois, a construção de um outro Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) na região sul de Palmas. Como atualmente só há uma unidade do norte da Capital, as pessoas são obrigadas a atravessar toda a cidade se quiserem atendimento. Assim, os dois CCZs poderiam fazer as castrações e só então passar a cuidar propriamente de socorros médicos, já que o órgão dispõe de veterinários e residentes.
ATÉ R$ 15 MIL POR MÊS
Pitty contou que as ONGs chegam a gastar até R$ 15 mil por mês para manter abrigos de animais, só em despesas fixas, como aluguel, alimentação, água e luz. Ainda há custos com medicamentos, entre outros variáveis. E, para isso, não contam com a ajuda do município e de empresas. Para a protetora, seria muito importante se houvesse o apoio financeiro para esses custos fixos para os quatro abrigos de Palmas. “Aí a gente ficaria só com a alimentação”, projetou.
ABRIGO NÃO É SOLUÇÃO
De toda forma, ela contou que hoje percebe que abrigo não é solução para a questão dos animais de rua. “Nós não podemos nem pensar naquela ideia de retirar animais da rua e levar para abrigo, que é uma prisão para eles. Alguns animais têm perfil de rua. Eu cuido de animais na rua, na Palmas Brasil Norte. Diariamente, o grande trabalho de algumas protetoras, é o meu caso, eu posso garantir, está na rua”, afirmou.
DESCASO É GIGANTESCO EM PALMAS
A presidente da ONG disse que o descaso de Palmas com os animais de rua “é gigantesco”. “Gurupi tem uma evolução x acima de Palmas, em relação aos animais de rua. Lá tem até castramóvel, num Estado como o Tocantins, onde a maioria das cidades não tem nem veterinário. É um descaso total”, lamentou.
Assista a íntegra da entrevista: