Náuseas, dupla visão ou névoas durante ou após a leitura. Esfregar os olhos, franzir ou contrair o rosto quando se olha objetos distantes. Excessiva cautela no andar, correr raramente e tropeçar sem razão aparente são algumas das causas de deficiência visual.
Os tipos de deficiência visual podem ser comprometimento parcial (de 40% a 60%) ou total da visão, muito embora não sejam consideradas deficientes visuais pessoas com doenças como miopia, astigmatismo ou hipermetropia, que podem ser corrigidas com o uso de lentes ou por meio de procedimentos cirúrgicos.
Além dos entraves no que diz respeito à acessibilidade, pessoas com deficiência visual encontram sérias dificuldades para serem inseridas no mercado de trabalho, pois algumas empresas ou órgãos alegam ainda não estarem preparados para empregar indivíduos com tais deficiências. E quando estarão preparados?
Em vez de escolher funcionários pelas habilidades que possuem, as empresas aparentemente estão escolhendo pelo tipo de deficiência, apenas para cumprir a lei 8.213/91 e a lei 13.146/2015, que estabelece cotas para contratação. Essa norma exige que empresas com 100 ou mais funcionários preencham de dois a 5% de seus cargos com beneficiários reabilitados ou com pessoas com alguma deficiência.
Essa discriminação acontece porque a maioria não tem conhecimento sobre as habilidades das pessoas com deficiência visual, conceito novo em um mundo onde a maioria prefere utilizar a palavra cegueira. A pessoa cega pode ler e escrever sem recurso do braile, embora pouca gente saiba.
Atualmente existem soluções tecnológicas específicas que promovem a acessibilidade de pessoas com deficiência visual. Esses recursos estão presentes em computadores e celulares, transformando de vez a vida de todas as pessoas com essas deficiências e permitindo que as mesmas possam executar suas tarefas diárias, inclusive profissionais, de maneira mais fácil.
Ter um funcionário com deficiência visual nos locais de trabalho pode não exigir muitas mudanças ou adaptações, basta apenas ter vontade. O problema é que o mercado de trabalho não está aberto para receber trabalhadores com essa característica, e parece não saber como essas pessoas poderiam atuar em seus quadros de funcionários.
AGNALDO QUINTINO
É administrador, empreendedor educacional, palestrante, gago, surdo e feliz
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