A Comissão de Segurança Pública da Câmara Federal realiza nesta quarta-feira, 4, uma audiência pública para tratar da extinção da Delegacia de Repressão a Crimes de Maior Potencial contra a Administração Pública (Dracma) no Tocantins, por meio da criação da Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco). Convidado, o governador Mauro Carlesse (DEM) será representado pelo secretário da pasta, Cristiano Sampaio.
Pedido de Vicentinho e Dulce
A audiência foi pedida — ainda em julho — pelos deputados federais Vicentinho Júnior (PL) e Dulce Miranda (MDB) ao presidente da Frente Parlamentar e da Comissão de Segurança Pública da Câmara, deputado Capitão Augusto (PL-SP).
SSP representará governo
Além do titular da Secretaria de Segurança Pública (SSP), o governo estadual também enviará também o secretário-executivo da pasta, Servilho de Paiva, o diretor da Dracco, Evaldo de Oliveira Gomes, e o delegado-chefe da Divisão de Repressão à Corrupção (Decor), Guilherme Rocha Martins. Em nota, Cristiano Sampaio defendeu a audiência como uma uma oportunidade de apresentar o trabalho que vem sendo realizado no Tocantins.
Atendendo Ministério da Justiça
Ainda na nota, Cristiano Sampaio voltou a afirmar que a Dracco atende exigência do governo federal. “Atendendo a uma determinação do Ministério da Justiça e Segurança Pública, elevamos o que antes era uma Delegacia de Combate à Corrupção, ao status de Divisão Especializada de Combate à Corrupção. O que antes era criado por Portaria e poderia ser desfeito por outro ato de Portaria do secretário, agora é criado por decreto e somente por decreto pode ser alterado, trazemos mais estabilidade e mais segurança para o combate a corrupção do Estado”, explica.
Histórico de perseguições
O Sindicato dos Delegados do Tocantins (Sindepol) também estará presente. Ao contrário do governo, o entidade diz que a audiência servirá para debater o fim da Dracma e também o que classifica como “um histórico de perseguições” por parte do governo estadual contra a Polícia Civil. O presidente do Sindepol, Mozart Felix, defende que estas medidas foram iniciadas após parentes do ex-líder do Palácio Araguaia, deputado Olyntho Neto (PSDB), terem sido alvos da Operação Expurgo.
Ataque direto à luta contra a corrupção
Para Mozart Felix, as medidas adotadas objetivaram desarticular investigações contra o governo. “Direitos Constitucionais dos Delegados violados, fim da liberdade de expressão, exonerações e tentativas de exonerações, tudo aconteceu num período de menos de um ano, então não vejo como coincidência, vejo como tentativa de desmotivação e ataque direto à luta contra a corrupção”, defende.
Mais presenças
Além da diretoria do Sindepol e de membros da SSP, a audiência também contará com a presença dos delegados tocantinenses: Bruno Boaventura, responsável pelas primeiras investigações envolvendo diretamente o governo; Wanderson Chaves e Gregory Almeida, que participaram da Operação Catarse de funcionários fantasmas na Secretaria-Geral e na Assembleia; e Cassiano Oyama.