O presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Tocantins (Sindepol), Mozart Felix, afirmou em nota que “lamenta e se preocupa” com o afastamento dos delegados Wanderson Chaves de Queiroz e Gregory Almeida Alves do Monte, que atuavam na Operação Catarse, que investiga o suposto esquema de funcionários fantasmas na Secretaria-Geral de Governo e na Assembleia Legislativa.
De acordo com o sindicalista, a ordem veio do delegado-geral de Polícia Civil no Tocantins, Rossílio de Souza Correia, para que ambos fossem transferidos para a 1ª Delegacia de Polícia de Palmas. Ainda no documento, disse o Sindepol, Correia alegou que as DPs não envolvidas na operação estavam desprovidas de efetivos.
Mozart Felix avaliou que essa investigação “é extremamente complexa” e que muitos elementos já foram recolhidos envolvendo o mau uso do dinheiro público. “A sociedade como um todo tem interesse na transparência do governo, assim como na agilidade da Polícia Civil”, afirmou.
Ouça o presidente do Sindepol no Podcast CT:
https://soundcloud.com/cleber-toledo-460860702/sindepol-diz-que-afastamento-de-delegados-da-cartese-preocupa
Confira a íntegra da nota:
“Nota do Sindepol/TO sobre o afastamento de dois Delegados da Operação Catarse
O Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Tocantins- Sindepol/TO lamenta e se preocupa com o afastamento dos Delegados, Wanderson Chaves de Queiroz e Gregory Almeida Alves do Monte, que atuavam na investigação de esquema de funcionários fantasmas na Secretaria- Geral de Governo e na Assembleia Legislativa do Estado.
A ordem veio do Delegado-Geral de Polícia Civil no Tocantins, Rossílio de Souza Correia, por meio do memorando n° 27/2019 do gabinete do DGPC para que ambos fossem transferidos para a 1ª Delegacia de Polícia de Palmas. Ainda no documento, alegou que as DPs não envolvidas na operação estavam desprovidas de efetivos.
No intuito de compreender melhor essa situação, o Sindepol/TO ouviu os Delegados afastados e se reuniu na manhã desta terça-feira, 29, com a cúpula da SSP/TO para esclarecimento dos fatos.
No entanto, o Sindicato deixa claro que essa investigação é extremamente complexa e que muitos elementos já foram recolhidos envolvendo o mau uso do dinheiro público. O que não significa, claro, que essa investigação seja mais importante do que outras, no entanto, essa é de maior interesse da sociedade tocantinense, pois todo cidadão quer saber para onde está indo o dinheiro que ele paga em impostos que na maioria das vezes não retorna à sociedade em forma de políticas públicas.
Partindo desse pressuposto a investigação torna-se ainda mais importante. Outro ponto que devemos destacar é o fato de que para tornar o andamento célere, eficiente e eficaz é necessário a atuação de uma força tarefa, assim como observamos em outras operações, como por exemplo, a Operação Ápia que tem atuação de força tarefa da Policia Federal e da Procuradoria da República no Tocantins. A própria sociedade espera esse tipo de conduta das instituições de Estado e não o desmonte de investigações, como ocorre com a Operação Catarse por parte do Governo do Estado.
Nos preocupa o fato da ordem ter sido revogada, ainda mais por se tratar de uma investigação para apurar o desvio de dinheiro público no estado.
Deixamos claro, que tanto o Delegado Wanderson Chaves, quanto o Delegado Gregory Almeida já procuraram medidas judiciais para revogação dessa solicitação do Governo do Estado e nós do Sindepol/TO estamos acompanhando a situação com grande preocupação, pois a sociedade como um todo tem interesse na transparência do Governo, assim como na agilidade da Polícia Civil. Além disso, agradecemos a mídia por fazer o seu papel social de informar a população do que vem acontecendo em nosso estado.
Mozart Felix
Presidente do Sindepol/TO”