A doação de órgãos é um ato de consciência e amor ao próximo. Todos os anos, milhares de vidas são salvas por meio desse gesto tão importante. Graças ao sim de uma família, na quarta-feira, 8, foi realizada a segunda captação de múltiplos órgãos, no Tocantins em 2023. Na ocasião, foram captados rins, fígado, coração e córneas, de um paciente de 25 anos, que evoluiu para morte encefálica, no Hospital Geral de Palmas (HGP). Os órgãos foram destinados para o Distrito Federal, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e as córneas ficaram no Tocantins e atenderão pacientes que aguardam na fila do Sistema Nacional de Transplantes.
Atualmente, a fila à espera por uma córnea, no Tocantins, conta com 133 pacientes e a responsável pela Central de Transplante do Tocantins (Cetto), Suziane Aguiar Crateús Vilela, explicou a importância da ampla divulgação da doação de órgãos. “Precisamos esclarecer sobre a importância e a nobreza deste ato que, apesar do momento difícil da perda de um familiar, se trata de uma ação que pode ajudar a salvar vidas. Por ser um assunto muitas vezes desconfortável, as pessoas tendem a não conversar com seus familiares sobre o desejo de ser um doador. Por isso, devemos divulgar para que a população não tenha dúvidas ou receios, visto que será o familiar que decidirá sobre a doação ou não dos órgãos do falecido”, destaca.
Como ser um doador
Atualmente, para se tornar um doador de órgãos não se faz necessário deixar nenhum documento por escrito, porém é fundamental comunicar à família o desejo de doação, pois eles serão os responsáveis por autorizar ou não a doação. Pela legislação brasileira, não há como garantir efetivamente a vontade do doador, no entanto observa-se que, na grande maioria dos casos, quando a família possui conhecimento do desejo de doar do parente falecido, este desejo é respeitado.
Processo de captação
O Tocantins possui uma Central de Transplantes, credenciada pelo Ministério da Saúde (MS), que tem como principal função, a gestão de todos os processos que envolvem doação e transplante no Estado. As equipes de profissionais da Cetto, da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), da Organização de Procura de Órgãos (OPO) e do Banco de Olhos Público do Tocantins (Boto) trabalham com afinco e contam com apoio de servidores da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), que atuam no Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), e da Polícia Militar do Tocantins (PM).
Números
No Tocantins, a captação de órgãos teve início em 2018, e, até o momento, já foram feitas 38 captações e destas, 14 foram em 2022. Além de órgãos, no Estado também é realizada a captação de tecidos oculares. No Estado, é realizado o transplante de córneas; sendo que, de acordo com dados da Cetto, de 2018 a 2022 foram feitos 196 transplantes. (Da assessoria de imprensa)