Os jogos Paralímpicos de 2024 foram realizados em 12 dias mágicos. Para nós que temos deficiência é o grande momento de ver atletas superarem e mostrar o seu valor com garra e determinação. É uma pena que nem todos puderam ver os jogos que ficaram restritos à TVs fechadas (canais pagos) e dando algum destaque em jornais. Até o mercado e mídia vão demorar para enxergar o grande público consumidor que somos.
O Brasil bateu o recorde de medalhas, aliás, quebrou todos os recordes pela primeira vez na história. A China foi a grande campeã, seguida da Grã-Bretanha, com Estados Unidos em terceiro e Itália e Brasil brigando até a última prova pelo quinto lugar em um disputa emocionante, já que a Holanda ficaria com a quarta posição. Foi preciso vir o último dia para deixarmos a grande potência italiana para trás e garantirmos de vez a quinta colocação inédita.
A maior parte dos atletas, cerca de 98%, tem o bolsa atleta, programa criado em 2005 pelo governo federal para incentivar as competições em diversas modalidades. Foram 22 estados e Distrito Federal que mandaram 254 esportistas com algum tipo de deficiência para competir em 20 modalidades.
Segundo o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Mizael Conrado, a região Norte é onde tem o maior número de pessoas com deficiência e o menor número de atletas com deficiência, porque faltam incentivo e políticas públicas para descobrir novos competidores. Ele é cego e nos mostrou nesta edição das Paralimpíadas em Paris que pessoas com deficiência podem liderar e assumir cargos de gestão. Essa, com certeza, é a grande lição que tiramos em cima do manifesto dos atletas que tem como título: “Mais que vencedores: brasileiros”.
AGNALDO QUINTINO
É administrador, empreendedor educacional, palestrante, gago, surdo e feliz
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