Caro presidente Wagno,
É lamentável o ataque antidemocrático que a Frente de Entidades do Agronegócio Tocantinense, a Feato, está sofrendo neste momento, na tentativa de impedirem o “Grito do Agro”, no dia 20 de fevereiro. Isso, amigo, é mais do que falta de espírito republicano, é ausência total de envergadura para ocupar cargo público de grande relevância. Coisa de politicozinho pagador de pinga em troca de voto.
Na verdade, presidente, o Tocantins carece de políticos da estatura de um Siqueira Campos. O que impera na vida pública do Estado hoje é uma gente ávida por negócio. De posse do mandato — como se fosse deles e não da população –, covardes se submetem a tudo e fecham os olhos para as necessidades de nosso povo por carguinhos, emendas e esquemas aqui e acolá. Vivemos, sem dúvida, o momento mais baixo e vergonhoso da nossa história.
Por isso, Wagno, sempre que me perguntam respondo que o afastamento e cassação de governadores aqui é algo natural nessa esteira de falta de brio, de honradez, que há anos toma conta do Tocantins. E, se ocorrer novamente, para mim, não será nenhuma surpresa.
Mas na sociedade civil não é diferente. Os ratos que, covardemente, deixaram o evento de vocês provam isso. Passei por essa situação no meu meio há mais de uma década. Fui largado sozinho numa briga justa e julgado por um crime que, com consciência tranquila, confessava: lutar sem largar as “armas” contra uma situação da qual discordava. Por isso, nunca mais participei, nem participarei, de qualquer entidade do meu setor. Minhas guerras travo sozinho, para vencer ou morrer, mas sem recuar um milímetro sequer. E nem sei mais quantos combates já venci.
No início do segundo turno ouvi o “super poderoso” dizer que iria me estapear. No final de semana fui atacado nas redes sociais por dizer o óbvio: o Tocantins está à deriva e acéfalo, por total e inaceitável irresponsabilidade. Repetirei isso quantas vezes for necessário, e para qualquer um. Podem ir me xingar de público, podem até me agredir fisicamente. Mas aqui tem um homem que nunca vai ceder, se não concordar; nunca vai calar, se tem algo a dizer; e nunca vai deixar de defender as bandeiras que julga imprescindíveis para a concretização da justiça social. O abandono que vive o povo do Bico é uma dessas bandeiras. Vou falar até criarem vergonha na cara e agirem como gente séria.
Amigo, não desista de seu evento. Vocês do agro, eu na minha luta aqui e meus colegas de comunicação (vários deles já agredidos verbalmente e silenciados para não se prejudicarem na distribuição de mídia — uma “arma” contra a liberdade de imprensa neste Estado) não estamos contra governo, mas a favor do Tocantins.
Caro Wagno, perdoe a virulência das minhas palavras, mas passaram de todos os limites, sangraram princípios basilares da democracia, como atuar para sabotar um evento pacífico e ordeiro como esse de vocês, ou ir às redes sociais para denegrir quem os critica por sua irresponsabilidade.
Atravessamos tempos terríveis, amigo. Mas, lembrando e parafraseando o genial Mário Quintana, “eles passarão… nós passarinho”. Daqui a pouco todos estarão apeados do Poder, não demora, e nós continuaremos por aqui.
Por isso, siga firme. Não desista.
Boa sorte no “Grito do Agro”.
Saudações democráticas,
CT