Ainda na posse da nova mesa diretora da Assembleia, no sábado, 1º, ao discursar, governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) comentou margeando as críticas que recebeu por sua viagem à Suíça, por 15 dias, enquanto o caos causado pela queda da Ponte JK transtornava a vida de moradores, prefeitos, comerciantes e caminhoneiros no Bico do Papagaio. “Eu via quando as pessoas reclamavam, às vezes, que a gente fica fora. E é importante que a gente busque bons projetos para o nosso Estado”, justificou.
BONS PROJETOS PARA OS MUNICÍPIOS
Então, Wanderlei comparou com o caso dos prefeitos que vêm a Palmas “para levar bons projetos para os municípios”.
GOVERNADOR VIVE EM OUTRA ÓRBITA
Justamente aí está uma comparação que não cabe, conforme avaliação que o jurista Márlon Reis fez em entrevista à Coluna do CT, ao defender a inconstitucionalidade da PEC do Laurez, que impede a posse do vice-governador na ausência do titular por até 15 dias, como no caso dessa viagem de Wanderlei à Suíça. “Faz parte da rotina dos prefeitos fazer viagens a Brasília e à capital do Estado. É muito necessário para o prefeito viajar. O governador vive em outra órbita”, argumentou Márlon.
NÃO É RAZOÁVEL
O jurista destacou que a maioria das viagens dos prefeitos é para a capital do Estado, o que, por óbvio, não é o caso de governador. “Por outro lado, a complexidade, o tamanho da população e os problemas envolvidos fazem com que não seja razoável que se deixe o Estado sem alguém com a caneta na mão para a tomada de soluções, inclusive emergenciais. A situação do Estado é diferente”, ressaltou. Márlon lembrou que o caso da Ponte JK é “um exemplo concreto”. “Estou acompanhando de perto e vi o que está acontecendo com as cidades do Tocantins, a partir de Darcinópolis. Esses cidades dependem desse fluxo de veículos e estão completamente desassistidas pelo governo do Estado”, disse. “O governador viajou de lazer para os Lençóis Maranhenses e agora vai para a Suíça, e deveria estar sendo observada a situação de calamidade pública em que estão aquelas cidades.”
JUNTO COM EDUARDO
Ainda em seu discurso no sábado, Wanderlei mostrou ter deixado de lado as profundas divergências que o fizeram atacar no palanque das eleições de outubro o prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos). “Eu conversava com o prefeito Eduardo Siqueira. Todos sabem que eu não apoiei o Eduardo. Mas eu falei: ‘a cidade não espera de nós uma desunião por razões ideológicas. É momento de unir as forças, trabalhar pelas cidades, tanto daqui [Palmas] quanto de fora’. E eu falei para o prefeito Eduardo: ‘Palmas sempre contou [com o apoio do governador] e nós estamos fazendo diversas obras, e vamos fazer muitas”, garantiu.