Ao abordar o problema de deslocamentos de alunos da rede estadual de ensino residentes na reserva indígena de Tocantínia, a Secretaria da Educação do Tocantins (Seduc) afirmou à Coluna do CT ter restabelecido o transporte escolar urbano de Araguaína, Gurupi e Pedro Afonso ainda em fevereiro. O serviço ofertado pelo Estado até 2024 foi suspenso no início do ano e pegou as prefeituras de surpresa.
ENTENDA
Na época, a Seduc justificou que a oferta de transporte escolar passaria ser exclusiva para a zona rural, em cumprimento às diretrizes do Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (PNATE) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). A pasta se colocou à disposição para buscar soluções e chegou sugerir vale-transporte estudantil em Araguaína, além de se reunir com o prefeito de Pedro Afonso, Joaquim Pinheiro (Progressistas), para discutir a pauta.
ESTADO ASSUME ATÉ GURUPI CONCLUIR CONVÊNIO OU LICITAÇÃO
A Coluna do CT buscou contato com os municípios e Gurupi confirmou que o Estado restabeleceu o transporte escolar urbano por lá, mas sugere que este cenário não é definitivo. Conforme o Paço, a Seduc tocará o serviço apenas até o município concluir um convênio ou licitação para reassumir a responsabilidade. Apesar de questionado, prazos para que isto ocorra ainda não foi informado pela administração gurupiense.
ARAGUAÍNA E PEDRO AFONSO AFIRMAM QUE PROBLEMA PERSISTE
Por outro lado, Pedro Afonso e Araguaína negam o restabelecimento do transporte escolar urbano pelo Estado e garantem que o problema ainda persiste.
IMAGINA O QUE FARÃO COM OS MUNICÍPIOS
Em evento na ATM, no dia 19 de fevereiro, o secretário estadual da Educação, Fábio Vaz, falou do corte do transporte escolar urbano em conversa com três prefeitos, que contaram que ele defendeu que os municípios maiores, que possuem o serviço, assumam a responsabilidade e o Estado fará os repasses. Contudo, os gestores municipais se dizem nem um pouco dispostos a aceitar essa promessa de “fio do bigode”. Um dos atingidos pelo corte, o prefeito de Araguaína, Wagner Rodrigues (UB), foi franco com o secretário nessa conversa no grupo e lembrou a ele que o Estado já deve quatro meses à empresa que faz o serviço em seu município. “Imagina o que farão com os municípios! E o povo não vai querer saber de nada. Vai criticar os prefeitos, dizendo que não pagam porque não querem. E o Estado vai repassar o recurso quando quiser”, afirmou, segundo relato de colegas do gestor naquela roda de conversa.
NÃO DEVE
Vaz assegurou que isso não ocorrerá e que o Estado não deve nada a empresas do transporte coletivo urbano.