Se perguntar a qualquer um dos pré-candidatos a prefeito do grupo do Paço de Araguaína qual o nome que Ronaldo Dimas, agora no Podemos, escolherá para disputar sua sucessão, nenhum hesitará em dizer que será o chefe de gabinete Wagner Rodrigues. Claro que publicamente ninguém confirmará isso, mas, protegidos pela instituição do off, é a resposta. Para este colunista, pelo menos, não teve um que falou diferente.
Inclusive, é a certeza de que não serão escolhidos que levam alguns deles a se reunirem com outras forças para sondar e ouvir o que se tem a oferecer, caso o fato de serem preteridos os obriguem a buscar outros rumos. Do lado da oposição a Dimas, quem parece apostar no rompimento do grupo situacionista local e já trabalhar seriamente com a hipótese, ainda que muito reservadamente, é o secretário estadual de Agricultura e Pecuária, César Halum (Republicanos).
[bs-quote quote=”Outros dizem que o senador Eduardo Gomes, que foi presidente nacional do SD, é da cozinha do Paulinho da Força e forte aliado de Dimas, bancaria a aposta do prefeito e seu filho. Também é possível, mas ainda no campo do imprevisível” style=”default” align=”right” author_name=”CLEBER TOLEDO” author_job=”É jornalista e editor da Coluna do CT” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2019/09/CT-trabalhado-180.jpeg”][/bs-quote]
Assim, a pergunta que se faz é o que levou Dimas a escolher justamente o Solidariedade (SD) para filiar Wagner Rodrigues. O presidente regional da legenda, deputado estadual Vilmar Oliveira, é da base do Palácio Araguaia, e o filho do vice-governador Wanderlei Barbosa (PHS), o deputado estadual Léo Barbosa, é quadro ilustre da sigla. Num momento em que o prefeito de Araguaína e o governo do Estado dão jogo de corpo um no outro para tomar partido, por que o chefe de gabinete acabou no SD?
Gente próxima lembra que deputado federal tem mais peso nesta história, e o filho de Dimas, Tiago, é também quadro da legenda. O raciocínio não está errado, mas é jogar com o imprevisível ir para uma agremiação em que lá na frente, caso se confirme a escolha de Wagner para concorrer, se terá que travar uma enorme e desgastante batalha campal, ainda mais se — o que é muito possível — recrudescer as rusgas entre Paço e Palácio, já que o clima entre eles vem piorando a cada dia desde as eleições do ano passado.
Outro argumento que ouvi é que os deputados não estão assim tão felizes com o Palácio para segui-lo fielmente nas eleições municipais do ano que vem. Também é verdade, e vários deles me disseram isso. No entanto, apesar de fazerem cara feia, posarem de valente, em todas as votações polêmicas — inclusive, desgastantes para a própria Assembleia —, votaram “cordeiramente” com o governo. Assim, dá para confiar que esses mesmos parlamentares vão ter a coragem deixar o Palácio na chapada nas eleições do ano que vem? Não apostaria um projeto eleitoral nisso.
Outros dizem que o senador Eduardo Gomes, que foi presidente nacional do SD, é da cozinha do Paulinho da Força e forte aliado de Dimas, bancaria a aposta do prefeito e seu filho. Também é possível, mas ainda no campo do imprevisível.
Houve ainda que minimizasse o que se está em disputa. Ou seja, a eleição de 2020 é municipal, não estadual, por isso, não vai haver esse campo de guerra todo que se está falando. Ledo engano. Estamos falando de 2022, não de 2020. Nunca uma eleição em Araguaína será uma disputa paroquiana. O que já está no tabuleiro é o xadrez da sucessão do Palácio Araguaia, sobretudo considerando que, naturalmente, Ronaldo Dimas, sairá da gestão pré-candidato a governador.
Só há um meio de garantir eficazmente que o grupo de Dimas terá o Solidariedade em seu poder para dar legenda a Wagner Rodrigues, com elevada margem de certeza, nas eleições do ano que vem: se assumir o comando regional. Fora isso, é apostar a sorte sob total escuridão.
Assim, ao colocar Wagner no SD, uma dessas três possibilidades futuras estão sendo esperadas pelo prefeito e seu filho: ou que o grupo palaciano do partido vai se manter independente nas eleições municipais, ou que Tiago Dimas deve assumir ou indicar alguém para o comando da sigla, ou que o chefe de gabinete do prefeito não vai disputar a sucessão, ao contrário do que todos os seus concorrentes esperam.
CT, Palmas, 12 de novembro de 2019.