O anúncio da construção de hospitais de campanha em Palmas, Araguaína e Gurupi feito pelo governo estadual na segunda-feira, 20, gerou questionamentos de órgãos de controle, como a Defensoria Pública (DPE), e de membro do Conselho Federal de Medicina (CFM), conforme apresentou reportagem do Jornal Anhanguera. Até o momento, apenas a Capital já tem local escolhido para instalação de leitos para pacientes de Covid-19: o Espaço Cultural. Entretanto, a prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB) disse desconhecer qualquer solicitação do Palácio Araguaia.
Alternativas ao hospitais de campanha
Apesar da escolha do Estado na Capital, o coordenador do Núcleo Especializado de Defesa da Saúde (Nusa) da Defensoria, Arthur Pádua, destacou possíveis alternativas mais acessíveis para instalação de novos leitos, seja de campanha ou não. “Nós temos hospitais por aí, tanto na iniciativa privada, que pode ceder o espaço ao Estado ou fazer algum tipo de convênio; e hospitais paralisados, fechados, com estrutura pronta de hospital, que do ponto de vista sanitário é bem mais seguro, e do ponto de visto do gasto público também. Não ter que construir uma estrutura vai gastar menos”, ponderou. O defensor afirma ter solicitado mais informações sobre os projetos.
Entidades e profissionais da saúde fora da discussão
Conselheiro de Medicina, Estevam Rivello optou por criticar a falta de consulta às entidades médicas sobre medidas de combate ao novo coronavírus e destacou a importância do treinamentos dos trabalhadores. “Nos assusta muito esta exclusão de todos os profissionais e entidades de saúde em todas as reuniões que foram feitas até o presente momento. Profissionais que vão para a linha de frente precisam ser treinados para que a gente tenha o mínimo de perda possível – seja por contaminação, adoecimento, afastamento – para que ao final deste processo a gente não seja mais um estado da federação que tenha a limitação na capacidade laboral do atendimento do doente com Covid-19”, alertou.