Se você é uma pessoa com deficiência como eu, está acostumado ou acostumada a ouvir comentários tipo: “quem tem deficiência nunca fica desempregado”, “as empresas facilitam o emprego para pessoas com deficiência” ou “é só mandar o currículo que já está empregado”, isso sem contar que falam que temos vantagens no trabalho. Saibam vocês que isso tudo não passa de comentários preconceituosos e, porque não, maldosos. Um dia ainda contarei um pouco das minhas experiências profissionais, onde fui muito rejeitado pelas minhas limitações. E assim como eu tem vários, mas poucos falam: sofrem calados.
A bem da verdade as pessoas com deficiência não estão à procura de qualquer trabalho ou de qualquer salário. Há pessoas com deficiência altamente preparadas, com habilidades e qualificações que muitas pessoas ditas normais não têm. Uma pessoa com deficiência não acredita que sua deficiência é seu diferencial, pois há muita gente de olho em sua vaga, ou seja, ela tem que estar realmente e sempre preparada.
Falando-se em números, no Brasil, segundo o IBGE, mais de 45 milhões de habitantes são pessoas com deficiência, porém nosso país consegue empregar menos que 1℅ desses habitantes. Já dados do Ministério do Trabalho dizem que 724 mil vagas de trabalho formal com carteira assinada devem ser ocupadas por pessoas com deficiência, muito embora apenas 418 mil estão preenchidas, ou seja, 305 mil postos de trabalho continuam vagos.
Rememora-se que na semana passada falamos da Lei de Cotas, que tem dado uma grande contribuição para inserir as pessoas com deficiência no mercado de trabalho, mas as mudanças são lentas e dependem de uma transformação cultural e que as empresas estejam dispostas a incluir de verdade, e não apenas contratar apenas para evitar as punições pelo descumprimento da legislação.
E nunca custa repetir: DEFICIÊNCIA NÃO É PROFISSÃO (nunca se esqueça)
AGNALDO QUINTINO
É administrador, empreendedor educacional, palestrante, gago, surdo e feliz
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