É pouco provável que o governo Marcelo Miranda (MDB) sobreviva ao julgamento dos embargos de declaração no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na terça-feira, 17. Contudo, como ocorreu nessa quinta-feira, 12, por algum imprevisto ou uma burocracia qualquer, o julgamento pode ser novamente adiado. É preciso ponderar que, paralelo ao definhamento do governo Marcelo, existe um Estado quem tem necessidades inadiáveis: os hospitais precisam de remédios, os carros de combustíveis, o presos têm que comer, e por aí vai.
[bs-quote quote=”Depois de ter fechado totalmente a possibilidade de abusos, agora é hora de olhar caso a caso para que o remédio não se torne veneno” style=”default” align=”left” color=”#ffffff” author_name=”Cleber Toledo” author_job=”É jornalista e editor do CT” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/02/CTAdemir60.jpg”][/bs-quote]
Se os órgãos de controle devem mesmo ser rigorosos nesta reta final para garantir que abusos ao apagar das luzes não ocorram, também não podem fechar totalmente as torneiras, a ponto de sufocar a máquina pública e as medidas saírem do campo da austeridade para se tornarem punitivas àquele que já é vítima de toda esta crise, o cidadão.
Faz todo sentido, por isso, a preocupação do Conselho Estadual de Saúde e outros órgãos sobre essas necessidades inadiáveis do Estado. Para quem precisa de remédio e de comida, não dá para esperar até terça ou quarta-feira, 18. Precisa agora e precisará neste sábado, 14. As ambulâncias têm que circular, bem como viaturas das polícias.
Tribunal de Justiça e Ministério Público Estadual (MPE) precisam, assim, encontrar um meio termo. E isso é muito urgente. Ainda que seja justo registrar como as duas instituições agiram rápido neste processo de transição, com elevado espírito público e de responsabilidade.
A despeito das boas intenções já afirmadas pelo governador Marcelo Miranda, a máquina pública é tocada por variados tipos de gestores. Pelo que se viu nas outras mudanças de governo, os representantes da sociedade não poderiam mesmo, mais uma vez, assistir passivamente o cometimento de excessos. Tinham que agir rapidamente.
Contudo, depois de ter fechado totalmente essa possibilidade, agora é hora de olhar caso a caso para que o remédio não se torne veneno.
Para isso, uma fórmula precisa ser desenvolvida com urgência porque os políticos administram o Estado, mas este não existe em função deles, e, sim, para servir os cidadãos.
CT, Palmas, 13 de abril de 2018.