As postagens da prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB), nas redes sociais, no feriadão de carnaval, bem ao estilo Carlos Amastha (PSB), por conta das superlotações das UPAs, foram recebidas pelo meio político como movimentos claros de vislumbre pré-eleitoral. Ou seja, para atentos observadores da política tocantina, a prefeita, ao atirar no Palácio, olha fixamente para 2020.
[bs-quote quote=”Cinthia parece não conseguir — ou não busca — o aumento de sua musculatura política, agregando em sua estrutura nomes de peso do cenário palmense. A prefeita demonstra apostar todas as fichas no imenso volume de investimentos que virá para Palmas, com os R$ 240 milhões de empréstimo internacional” style=”default” align=”right” author_name=”CLEBER TOLEDO” author_job=”É jornalista e editor do CT” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/02/CTAdemir60.jpg”][/bs-quote]
É quase certo que o governo do Tocantins estará em outro palanque em 2020. Há quem aposte numa candidatura a prefeito do vice-governador Wanderlei Barbosa (PHS). Outra possibilidade seria o deputado federal Eli Borges (Pros). O certo mesmo é que é muito pouco provável que Mauro Carlesse (PHS) esteja com Cinthia nas eleições do ano que vem.
De outro lado, o ex-prefeito Carlos Amastha ainda acalenta a possibilidade de ver seu grupo ao lado de Cinthia. A união com ele em 2020 é totalmente refutada por importantes palacianos. Assim, a melhor possibilidade do ex-prefeito neste momento é uma reconciliação com a prefeita da Capital, o que ele e seus principais homens do PSB, como o vereador Tiago Andrino e o deputado estadual Ricardo Ayres, vêm tentando construir.
No entanto, os movimentos não estão sendo nada fáceis. Por dois motivos. O primeiro é que existe o grupo de Amastha que foi expurgado da prefeitura, e está bastante magoado com Cinthia — inclusive, com uma forte militância contra a gestão da Capital nas redes sociais. De outro lado, há a vontade de quadros do partido de disputar a Prefeitura de Palmas no ano que vem, caso do ex-reitor da UFT Alan Barbiero. Para o projeto dele, a consolidação do rompimento entre Cinthia e Amastha seria benéfica.
No entanto, apesar das resistências, é forte a possibilidade de os dois grupos, no final de todas as rusgas que hoje os ameaça, acabarem juntos em 2020. Por gravidade. De um lado, Cinthia parece não conseguir — ou não busca — o aumento de sua musculatura política, agregando em sua estrutura nomes de peso do cenário palmense. A prefeita demonstra apostar todas as fichas no imenso volume de investimentos que virá para Palmas, com os R$ 240 milhões de empréstimo internacional.
De outro lado, Amastha continua rejeitado por todos os demais segmentos da política tradicional. É importante frisar que o ex-prefeito tem um riquíssimo capital político, com a memória recente de sua gestão, muito bem avaliada pelos palmenses, o que o torna o mais forte entre todos os pré-candidatos a vereador — projeto de Amastha que o PSB dá como certo. No entanto, se os dois grupos aliados até poucos meses continuarem em rota de colisão, o choque poderá fazer que ambos naufraguem.
De toda forma, observadores da nossa política, veem os ataques amasthianos de Cinthia contra o Palácio como uma demarcação clara de território e de posição pré-eleitoral. Afinal, a prefeita já tem uma noção muito clara de quem certamente será seu adversário em 2020.
CT, Palmas, 6 de março de 2019.