O projetista do Cais Mauá é um amigo do prefeito de Palmas, Carlos Amastha (PSB), o arquiteto, ex-governador do Paraná e ex-prefeito de Curitiba Jaime Lerner. O empreendimento recebeu R$ 30 milhões do Instituto de Previdência Social do Município de Palmas (PreviPalmas), através da Icla Trust, o novo nome da NSG Capital, a mesma que geria o Fundo BFG, das churrascarias Porcão, e que deu prejuízo de R$ 330 milhões ao Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (Igeprev).
Lerner deu sua contribuição ao governo Amastha ao indicar um ex-secretário de sua gestão em Curitiba, o arquiteto Luiz Masaru Hayakawa, para assumir o Instituto Municipal de Planejamento Urbano de Palmas (Impup). Hayakawa ficou à frente do Impup durante os dois primeiros anos da gestão Amastha.
LEIA MAIS
— Para especialista, R$ 30 mi estão perdidos e risco soma R$ 50 mi, nos mesmos fundos do Igeprev
— Amastha admite “erro” e demite diretor do PreviPalmas por investimento de alto risco na ex-Porcão
— TCE determina inspeção em investimento “temeroso” de R$ 30 milhões do PreviPalmas
— BOM DIA – Servidor de Palmas, abre a capa do “oio”
— Com nova aplicação suspeita, PreviPalmas é notificado pela Previdência e deve perder CRP
O ex-governador paranaense foi um dos que estiveram no alvo da Operação Nosotros, da Polícia Federal, para apurar irregularidades na implantação do BRT na capital do Tocantins. Em novembro de 2016, quando a operação foi deflagrada, a PF cumpriu mandado de busca e apreensão no Instituto Jaime Lerner, em Curitiba.
Na época, por nota, o instituto negou participação no projeto do BRT de Palmas e no suposto esquema, alvo da operação. “Toda a documentação necessária relativa ao plano de ocupação foi prontamente fornecida aos agentes”, informou o instituto, na nota. “Tanto o Instituto Jaime Lerner como a Jaime Lerner Arquitetos Associados não tiveram e não têm nenhuma relação com os projetos e com a implantação do BRT da cidade de Palmas, Tocantins, processos estes conduzidos sob estrita responsabilidade da Prefeitura Municipal de Palmas.”
R$ 700 milhões
O Cais Mauá está orçado em R$ 700 milhões e é uma área situada entre o Rio Guaíba e o centro de Porto Alegre, um total de 187.000m2, utilizada para integrar as infra-estruturas portuárias da capital gaúcha.