A manifestação popular prevista para o dia 15 de março em defesa do Presidente Bolsonaro e contra o STF e o Congresso Nacional está causando uma séria crise entre o poder executivo e o legislativo. A questão maior diz respeito ao protagonismo do Congresso Nacional com relação aos R$ 30 bilhões para emendas parlamentares impositivas no orçamento da União para este ano. Está em curso uma negociação entre o executivo e o legislativo sobre a questão do veto presidencial na Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO para que seja amenizada a manifestação. Vamos ver se acontece.
Alguns movimentos dizem que a manifestação é contra o “Parlamentarismo Branco” e a favor da prisão em segunda instância, outros dizem que é somente em apoio ao presidente e defesa da Constituição e outros ainda, dizem que é contra os Presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do STF.
[bs-quote quote=”A população brasileira está dividida politicamente e a democracia deve ser defendida por todos, seja da direita, da esquerda ou do centro” style=”default” align=”right” author_name=”TADEU ZERBINI” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2019/09/TadeuZerbini180.jpg”][/bs-quote]
O mundo já vinha passando por uma séria retração econômica em razão das divergências comerciais entre os Estados Unidos e a China. Agora, com a expansão do “coronavírus”, a situação comercial e econômica dos países está ficando pior. Os impactos causados pelo vírus já está diminuindo a expectativa do crescimento brasileiro e alguns especialistas já projetam a diminuição do PIB para este ano e para o ano que vem. A situação é muito séria, mesmo com a inflação controlado e com as taxas de juros mais baixas da história. Dia 15 de março seria uma data oportuna para manifestações políticas, diante do atual cenário mundial?
Não seria momento do povo brasileiro refletir sobre os possíveis males que essa manifestação pode causar para nosso país.
O que vai acontecer depois dela?
Quem vai perder ou ganhar?
Com certeza quem vai perder é o pobre, o desempregado e os desvalidos.
A população brasileira está dividida politicamente e a democracia deve ser defendida por todos, seja da direita, da esquerda ou do centro. O que não pode é transformar o Brasil em mais uma republiqueta da América Latina que levará aos frangalhos a nossa economia.
O valor do dólar está chegando aos R$ 5 o que é muito bom para a exportação, mas caríssimo para a importação de bens e serviços e, também, para o preço dos combustíveis e da energia elétrica. Como nossa indústria já está passando por dificuldades, aí sim que ela deixará de ser competitiva no mercado global e a solução para essa situação seria conceder incentivos fiscais que impactariam ainda mais as contas públicas.
Dizem que caldo de galinha e paciência não faz mal a ninguém.
Minha sugestão é que os brasileiros (a maioria cristãos, ou dizem assim) reflitam sobre a oração de São Francisco. Segundo o historiador francês Christian Renoux, que pesquisou as origens do texto, o primeiro registro dela é de 1912 e foi publicada em uma revista francesa chamada La Clochette, sem assinatura, e com o título “Oração Bonita para Fazer durante a Missa”. Hoje em dia ela é chamada também de “Oração pela Paz”. Para quem não recorda, vamos à ela:
Senhor, fazei de mim um instrumento da Vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor.
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé.
Onde houver erro, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei que eu procure mais:
Consolar, que ser consolado;
Compreender, que ser compreendido;
Amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe.
É perdoando que se é perdoado.
E é morrendo que se vive para a vida eterna.
Mas sei que as ideologias políticas, os interesses econômicos e a busca pelo poder nunca se preocuparam com os aspectos espirituais e os ensinamentos básicos que todos tivemos. Somos cristãos de acordo com o nosso ponto de vista e dos nossos interesses. Depois de errar é só pedir perdão a Deus, não é assim?
No caso de não haver interesse em se considerar o momento político e econômico muito difícil que assola o Mundo e o Brasil, então a solução é distribuir “RIVOTRIL” para a população que está fazendo o enfrentamento político partidário. O “RIVOTRIL” é indicado, entre outras coisas, para transtornos de ansiedade e de humor e de síndromes psicóticas.
Só um alerta para quem for tomar o “RIVOTRIL”. Não pode fazer uso de bebida alcoólica.
O importante é que todos tenham consciência de que a democracia, mesmo jovem como a nossa, é vital para todos nós brasileiros.
Será que a reforma administrativa também vai culminar em manifestação? Podem esperar.
TADEU ZERBINI
É economista, especialista em Gestão Pública, professor e consultor
ctzl@uol.com.br