A história da rede mundial de computadores (INTERNET) no Brasil inicia em 1987 por meio da FAPESP – Fundação de Pesquisa do Estado de São Paulo e do LNCC – Laboratório Nacional de Computação Científica que é uma instituição brasileira de pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e Comunicações, que conectaram-se com os Estados Unidos abrindo o universo de um novo mundo.
[bs-quote quote=”Deixamos de conviver com as pessoas pessoalmente, agora são nossos avatares que se fazem presentes. No mundo do ciberespaço somos bem conhecidos. Sabem das nossas preferências, onde estamos e o que estamos tentando comprar” style=”default” align=”right” author_name=”TADEU ZERBINI” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2019/09/TadeuZerbini180.jpg”][/bs-quote]
De lá para cá os avanços foram impressionantes. O espaço cibernético, ou ciberespaço, proporcionou grandes transformações nos mais diversos campos da atividade humana e nós sabemos o tanto que a internet evoluiu. Antes, os acessos eram somente por computadores, depois por celulares e agora até relógio de pulso está conectado.
Começou com a 1G e agora estamos falando de 5G. O “G” significa geração. Com a 2G já foi possível trocar informações por SMS. Com o passar do tempo surgiu o GOOGLE e aí o mundo perdeu as fronteiras, as distâncias e o anonimato. Hoje, basta digitar qualquer palavra no google que as repostas são instantâneas.
Com a nova geração da internet passou a ser possível transmitir conteúdos, vídeos e fotos de qualquer tamanho. Vejam o tanto que melhorou a tramitação processual no judiciário, a busca por informações de governos e pessoas e a mudança radical nas transações bancárias. O que seria dos veículos de comunicação sem a internet nos dias de hoje? Foi tudo muito rápido, não é mesmo?
E nós, como lidamos com esta transformação?
Na realidade passamos a ser simplesmente avatares de nós mesmos. Alguns se identificam com as próprias fotos e outros com as mais diversas figuras. Atualmente, as relações interpessoais se dão principalmente pelo Facebook, Instagram ou WhatsApp. A forma tradicional de se falar ao telefone mudou radicalmente. Quase ninguém fala por linha telefônica, mas sim pelos aplicativos que permitem inclusive imagens simultâneas.
Hoje estamos conectados 24 horas por dia, misturando a vida profissional com a pessoal sem nos incomodarmos. Esse uso desenfreado da internet, principalmente para o mais jovens, causa ansiedade, estresse, irritabilidade e alteração do apetite.
Agora tudo é à distância. Reuniões, entrevistas, documentos, compras e até namoro são realizadas pelos avatares como se a pessoa estivesse presente. Reuniões mundiais são realizadas à distância com excelentes resultados e com custos bem menores. Quanto tempo, distância e soluções nós ganhamos com a velocidade e qualidade da internet que a cada dia melhora sua performance.
Deixamos de conviver com as pessoas pessoalmente, agora são nossos avatares que se fazem presentes. No mundo do ciberespaço somos bem conhecidos. Sabem das nossas preferências, onde estamos e o que estamos tentando comprar. É tudo instantâneo e acabamos sendo perseguidos por robôs que nos induzem ao consumo e à notícias falsas, as temíveis fake news.
Esta pandemia que assola o mundo, exigindo o isolamento social dos seres humanos alavancou nossos avatares e com isto a quantidade de informações que nos chegam todos os dias são impossíveis de serem acompanhadas.
Mesmo com toda a tecnologia disponível ainda estamos vendo o governo pagar a ajuda aos mais necessitados, aos informais e aos desempregados de forma presencial nas agências bancárias. Os Estados e prefeituras estão defendendo o isolamento, mas as aglomerações para receber os R$ 600 multiplica os vírus em uma velocidade muito maior. A ajuda ainda vai perdurar por mais duas vezes e só com milagres não haverá contaminações.
Não poderia ser pago de uma vez só?
Todos os bancos e instituições financeiras não poderiam reduzir as filas?
Viramos avatares, queiramos ou não e avatares não mudam o país.
TADEU ZERBINI
É economista, especialista em Gestão Pública, professor e consultor
ctzl@uol.com.br