Quando por muitas vezes nos perdemos nas interrogações sobre a vida e nossa própria missão, em especial neste momento em que as disputas por poder e riquezas materiais afloram-se mais contundentemente, necessário não nos esquecermos que o poder é muito bom e satisfaz nosso ego, pois faz com que sejamos cercados de pessoas que nos servem, quer seja por dinheiro, por necessidade ou por dinheiro e as riquezas materiais são colocadas ao nosso dispor para serem bem aproveitadas, festejadas e satisfazer nossas necessidades materiais no nosso dia a dia.
Até aí tudo bem, mas são muitos os que se deixam perder nessas ilusões passageiras. Por isso, de quando em vez é bom relembrarmos de alguns exemplos que a história nos deixa, a exemplo das duas passagens narradas abaixo, dentre tantas outras:
Alexandre III, da Macedônia, comumente conhecido como Alexandre o Grande ou Alexandre Magno, foi um rei Grego da antiga Macedônia. Nascido em Pela em 356 a.C., como jovem príncipe e com 21 anos de idade sucedeu a seu pai, o rei Filipe II, no trono.
Quando, à beira da morte, Alexandre, aos 32 anos de idade, convocou os seus generais e relatou seus 3 últimos desejos:
1. Que seu caixão fosse transportado pelas mãos dos médicos da época;
2. Que fosse espalhado no caminho até seu túmulo os seus tesouros conquistados (prata, ouro, pedras preciosas…);
3. Que suas duas mãos fossem deixadas balançando no ar, fora do caixão, à vista de todos.
Um dos seus generais, admirado com esses desejos insólitos, perguntou a Alexandre quais as razões daqueles pedidos? Alexandre explicou:
1. Quero que os mais iminentes médicos carreguem meu caixão para mostrar que eles não têm poder de cura perante a morte;
2. Quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros para que as pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui permanecem;
3. Quero que minhas mãos balancem ao vento para que as pessoas possam ver que de mãos vazias viemos e de mãos vazias iremos.
Depois veio o Divino Mestre, o Sábio dos sábios, o Médico dos médicos, Jesus de Nazaré, e assim nos ensinou:
“A terra de certo homem rico produziu muito bem. Ele pensou consigo mesmo:
O que vou fazer? Não tenho onde armazenar minha colheita. Então disse a si mesmo: Já sei o que vou fazer. Vou derrubar os meus celeiros e construir outros maiores e ali guardarei toda a minha safra e todos os meus bens. E direi a mim mesmo: Você tem grande quantidade de bens, armazenados para muitos anos. Descanse, coma, beba e alegre-se.
Contudo, a voz da Verdade suprema, que não engana ninguém e que cabe a cada um de nós ouvirmos, lhe disse: Insensato! Esta mesma noite a sua vida lhe será exigida. Então, quem ficará com o que você preparou?
“Quem tem ouvidos que ouça, quem tem olhos que veja!”
JOSÉ CÂNDIDO PÓVOA
É poeta, escritor e advogado; membro-fundador da Academia de Letras de Dianópolis.
candido.povoa23@gmail.com