A política brasileira está diante de uma transformação irreversível. O tempo em que campanhas eram guiadas por achismos, conselhos de bajuladores e marqueteiros de “feeling” chegou ao fim. O novo normal é digital, orientado por dados e inteligência artificial e quem não entender essa virada de chave, corre o risco de se tornar irrelevante antes mesmo do início da disputa.
O novo cérebro, das campanhas bem-sucedidas são aquelas que escutam melhor – e quem escuta melhor são as máquinas, através da análise de metadados e ferramentas de IA que permitem identificar padrões ocultos nos dados demográficos, hábitos de consumo e interações digitais, tornando possível prever o comportamento do eleitorado com altíssima precisão. Um exemplo concreto desse avanço é a SM SCOPO, desenvolvida pela NeoPlace em parceria com a Assertus Soluções Estratégicas, essa plataforma é capaz de prever, com assertividade acima de 94% de precisão, quais eleitores de um bairro específico priorizam saúde pública sobre segurança, permitindo ajustes cirúrgicos e hiperlocalizados no discurso político.
Enquanto um coordenador tradicional conhece 200 líderes comunitários, a IA analisa 200 mil perfis em segundos, cruzando informações de mobilidade urbana, pesquisas qualitativas e histórico eleitoral, substituindo o improviso por ciência de dados. O resultado é uma segmentação hiperlocal que transformam discursos genéricos em mensagens personalizadas, entregues no canal e no tom certo para cada perfil de eleitorado.
Aos céticos o mito que a tecnologia é privilégio somente das grandes campanhas, este mito foi desvendado por essas plataformas que democratizam a alta performance junto a candidatos com poucos recursos, visando monitorar tendências em tempo real, testar mensagens em ambientes controlados e ajustar propostas com agilidade. Ferramentas generativas permitem criar vídeos personalizados, criar storytellings com narrativas estratégicas e conversar com milhares de eleitores em segundos, reduzindo custos em até 40%, tornando a disputa mais justa e eficiente.
O “todos são público-alvo” morreu.
Conversão e relacionamento colocaram fim no “Spray and pray”, como uma metralhadora disparando rajadas, confiando na sorte para acertar alvos – eleitores. A IA preditiva aliada a generativa, permite a criação de conteúdos adaptativos assertivos: jovens recebem vídeos no TikTok sobre crédito universitário, enquanto idosos recebem áudios no WhatsApp sobre aposentadoria. Plataformas baseadas em RAG (Retrieval-Augmented Generation) elevam a interação e a conversão: o eleitor conversa com agentes que contextualizam dúvidas usando dados oficiais e propostas do plano de governo, aumentando em 25% a taxa de conversão em relação aos chatbots tradicionais, além de combater a desinformação e as temidas deep fakes.
Imagine ter um radar que detecta e desvia tempestades políticas antes que se formem, evitando as crises antes mesmo de eclodirem. Isso é possível a partir de sistemas preditivos que analisam milhões de menções em redes sociais, notícias e pesquisas, detectando crises em estágio embrionário. Com isso é possível agir preemptivamente com agilidade, transparência e empatia, criando uma tríade antes que a crise ou problema viralize, lançando respostas e propostas de forma proativa e propositiva.
A verdadeira disrupção está nos HUBs integrados de IA, verdadeiros QG´s digitais como os oferecidos pela Assertus, que unem análise preditiva, geração de conteúdo, gestão de crises, atendimento conversacional e monitoramento de redes, em plataformas únicas. Cada ação – de um tweet a um debate – é alimentada por dados em tempo real, simulando impactos e ajustando estratégias de acordo com o humor social e o perfil do eleitorado. Como observou Jim Messina, arquiteto da reeleição de Obama, “governaremos com algoritmos que leem pulsos sociais antes de se tornarem batimentos cardíacos eleitorais”. A revolução digital nas campanhas políticas não é mais embrionária, e quem não aderir ativamente, corre o risco de ser espectador da própria derrota.
Liderada por soluções como as propostas pela Assertus Soluções Estratégicas com a NeoPlace, o futuro passa a pertencer a quem souber combinar o melhor da inteligência humana com a precisão dos algoritmos. O tempo do achismo acabou. Em 2026, vencerá quem dominar dados, IA e comunicação digital – e tiver coragem de abandonar a zona de conforto dos velhos conselhos e bajuladores.
A política do século XXI exige abandonar velhos dogmas e abraçar a cultura data-driven. Candidatos que dominarem a arte de traduzir metadados em conexões autênticas colherão vantagens decisivas, enquanto os resistentes à mudança tornar-se-ão relíquias de uma era pré-digital.
Assim como Vargas e JK souberam explorar o rádio e a TV, os líderes de 2026 serão aqueles que entenderem a gramática oculta dos feeds e das timelines.
ROBERVAL MARCO RODRIGUES
É consultor em soluções estratégicas, relações institucionais e Governamentais.