Sou crítico do expansionismo das universidades feito pelos governos petistas, sem qualquer planejamento. Pensaram em criar estruturas, mas, como é típico do populismo, não se preocuparam com a parte mais difícil, sua manutenção. O resultado é a crise financeira que essas instituições de ensino atravessam. Várias delas se tornaram cemitério de prédios inacabados.
[bs-quote quote=”O bolsonarismo é claramente o petismo com sinal trocado. Saímos do populismo de esquerda para cair no populismo de direita” style=”default” align=”right” author_name=”CLEBER TOLEDO” author_job=”É jornalista e editor do CT” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/02/CTAdemir60.jpg”][/bs-quote]
Também repudio o aparelhamento das universidades públicas pela esquerda, o que gerou uma intolerância sem precedentes no campo das ideias. Usam da gritaria, difamação, perseguição e até da força física para repelir aqueles que divergem de seu pensamento. Exemplo mais evidente disso são os episódios que envolveram a apresentação de filmes alinhados à direita. As universidades deixaram de ser espaço da pluralidade para se tornar radicalmente campo de um pensamento único.
São dois graves problemas que a sociedade precisa encarar e procurar resolver. Contudo, com inteligência, espírito democrático e planejamento. No entanto, não é o que se vê partindo do governo Bolsonaro. É querer levar o Brasil às trevas, por exemplo, essa tentativa ridícula de marginalizar as ciências sociais, fundamentais para ampliar nossa capacidade de entender a sociedade e, com isso, aperfeiçoá-la e desenvolvê-la cultural, social, política e também (sim) economicamente.
Além dessa tentativa absurda de marginalizar as ciências sociais, como se quisessem “revogar” o iluminismo, veio o corte linear dos orçamentos das universidades, que, como foi dito, já enfrentam dificuldades financeiras. Não se olhou as necessidades objetivas das instituições de ensino. Nada. Simplesmente passou-se uma régua e cortou.
No Tocantins, o Ministério da Educação informou o CT que o facão vai limar R$ 33,2 milhões em 2019 da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins (IFTO).
Essa não é uma medida de gestão, mas meramente política, com viés claro e absurdamente ideológico. Para afirmar isso é preciso lembrar que o Ministério da Educação se tornou feudo do guru dos bolsonaristas, o filósofo Olavo de Carvalho, um cidadão que se refugiou nos Estados Unidos e de lá tem gerado total instabilidade política no Brasil, com as mais estapafúrdias teorias da conspiração, que arrastam uma multidão de acéfalos pelas redes antissociais.
O bolsonarismo é claramente o petismo com sinal trocado. Saímos do populismo de esquerda para cair no populismo de direita. O primeiro tinha um claro projeto de poder e pouco importava os rumos da economia, desde que os miseráveis e os “inteligentinhos” continuassem votando neles.
No petismo de sinal trocado, o bolsonarismo, nem isso conseguimos vislumbrar. Por enquanto assistimos apenas aloprados trocando fartas virtuais numa luta por mentes e corações das redes antissociais, com teorias conspiratórias, almejando sabe-se lá qual objetivo, se é que tem algum.
A única torcida possível é para que o lado sadio e liberal do governo, que não se rende ao olavismo, possa vencer. Se isso ocorrer, faremos as reformas da Previdência e Tributária, e alguma coisa terá sido salva.
Que todos os anjos digam amém.
CT, Palmas, 7 de maio de 2019.