A crise entre o presidente Jair Bolsonaro e seu partido, o PSL, pode inviabilizar a indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro como novo embaixador do Brasil nos Estados Unidos. A escolha do terceiro filho do mandatário como representante diplomático em Washington foi formalizada em julho, mas o governo ainda não encaminhou a indicação ao Senado, que tem a prerrogativa de aprovar ou rejeitar a nomeação.
Plano suspenso
Segundo a revista Época, Bolsonaro suspendeu o plano de colocar Eduardo na Embaixada nos EUA devido à crise com o PSL e à perspectiva de uma derrota na votação no Senado. Nessa quinta-feira, 17, o deputado perdeu uma disputa com o Delegado Waldir pela liderança do partido na Câmara.
Nomeação secundária
Eduardo chegou até a se pronunciar como novo líder do PSL entre os deputados. “Inicialmente, eu não queria ser líder, mas é um nome que tem a maior convergência entre os deputados, e dessa maneira, o meu compromisso aqui é ficar até dezembro”, disse o filho do presidente na quarta, 16, acrescentando que a nomeação como embaixador era “secundária”.
Articulação frágil
Mas a disputa com Waldir expôs a fragilidade da articulação do governo no Congresso e afastou Eduardo dos votos necessários para ter sua indicação chancelada pelo Senado. O porta-voz do governo, Otávio do Rêgo Barros, disse que a nomeação está “mantida” e será encaminhada ao Congresso “oportunamente”, mas não deu prazos.