O deputado federal Eli Borges (PL) quer a presidência da Frente Parlamentar Evangélica no Congresso Nacional, mas terá que disputar a vaga com outro deputado-pastor da Assembleia de Deus, Silas Câmara (Republicanos-AM). O racha na frente, que pela primeira vez desde sua criação, em 2003, tem uma concorrência pela presidência, foi revelada pelo jornal O Estado de S.Paulo.
AMAZONENSE É FAVORITO
Segundo O Estadão, o deputado amazonense é o favorito, tem diálogo com integrantes do governo Lula, como o ministro da Integração, Waldez Góes (PDT-AP), e conquistou o apoio do PT. Já Eli Borges, diz o jornal, busca forças dentro do principal partido de oposição, o PL. Aliados de Silas receiam que Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, possa articular uma reviravolta.
132 DEPUTADOS E 14 SENADORES
O Estadão diz que, no ano passado, a frente chegou a ser composta 181 deputados e 8 senadores. Integrantes da bancada dizem que o grupo hoje tem 132 deputados e 14 senadores, força suficiente para influenciar em qualquer votação.
REVEZAMENTO FOI REJEITADO
Nos bastidores, segundo o jornal, foi negociado o revezamento durante os dois anos de comando, mas a oferta foi recusada. Segundo o presidente da Frente Parlamentar Evangélica, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), o impasse foi pelo primeiro comando. Ambos argumentam que querem inaugurar o período na presidência.
ENFRENTARÁ O PT
Para Sóstenes, independentemente do nome escolhido, o grupo enfrentará o PT com mais força em pautas identitárias e em temas sensíveis às igrejas, como o aborto. “A frente terá um papel ainda mais protagônico porque o governo afrontou muito os nossos valores. A frente nasce no primeiro ano do governo Lula, em 2002”, disse o deputado. “Vamos esperar. Mas se o governo vier com o que já demonstra, como nas posses dos ministros usando pronome neutro, vamos ter um trabalho de enfrentamento ideológico com o governo, independetemente de quem seja o candidato eleito.”
ELI NÃO PROCUROU GOVERNISTAS
A deputada petista Benedita da Silva (RJ), que é evangélica e faz parte da frente, alega que a opção por Silas, mais próximo ao governo, ocorreu apenas porque foi o primeiro a se apresentar para conversar. “Eli não veio falar com a gente”, disse. “Não temos nada contra o Eli. Mas quando Eli veio falar, Silas já tinha nos procurado e nós o apoiamos.”