Após ouvir duras críticas de Rogério Freitas (MDB), Lúcio Campelo (PR), Milton Néris (PP) e Marilon Barbosa (PSB), o presidente da CPI do PreviPalmas, Júnior Geo (Pros), também foi à Tribuna na sessão desta quarta-feira, 7, da Câmara. O vereador comentou brevemente sobre o principal questionamento dos colegas quanto à não participação do Plenário na oitiva das testemunhas e negou as acusações feitas. Sobre os trabalhos da comissão em si, o parlamentar disse que já há constatação de crime e que cabe à CPI identificar os responsáveis, sem excluir sequer representantes da Caixa Econômica Federal.
No pronunciamento, o vereador falou do trabalho da comissão em si. Júnior Geo afirmou que as irregularidades já foram constatadas e que a intenção da CPI é justamente identificar os responsáveis. “Irregularidades ocorreram, investimentos foram feitos indevidamente. Logicamente as pessoas que assinaram esses investimentos devem ser responsabilizadas. O prejuízo não foi finalizado porque o prazo para estorno do valor não ocorreu, mas o erro já foi contabilizado. O crime já ocorreu”, disse o vereador.
Segundo ele, ficou constatado que os investimentos foram feitos indevidamente, não foram feitos em bancos oficiais, o que fere a política de investimento; sem passar pelo Conselho Municipal de Previdência, o que também foge à política de investimento; e com a assinatura de apenas dois membros, o que foge também à legislação existente, que exige três.
Para Geo, esses R$ 50 milhões de investimentos não serão estornados pelos fundos. “Eu não acredito [no estorno]. Se me perguntam se os servidores perderam esse dinheiro, possivelmente isso aconteceu”, afirmou. “O ex-prefeito [Carlos Amastha] esteve aqui e tenta ludibriar a opinião pública, afirmando que está tudo certo. Certo não está, o crime foi cometido, e isso é fato. Agora é necessário apurar para colocar as pessoas em seu devido lugar.”
Júnior Geo não tirou a responsabilidade da Caixa Econômica Federal, que recebeu a aplicação de R$ 8 milhões, segundo ele, por telefone e com assinatura apenas de dois responsáveis pelo PreviPalmas, quando o exigido era três. “O banco oficial também vai ser responsabilizado”, acrescentou. A manifestação ocorre apenas da instituição financeira já indicar o estorno da quantia.
“Quem deve ser responsabilizado pelo feito é o que nós estamos investigando na CPI. Se é presidente do PreviPalmas, se conjuntamente com secretário de Finanças, com diretor de investimentos, se com membro do conselho, se com o ex-prefeito… É isto que deve ser apurado e levar aos órgãos competentes”, comentou.
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Parecer
Sobre a decisão de manter as perguntas somente para membros da comissão, o vereador apenas reforçou que o Parecer da Casa falou apenas em “interpretação dúbia” sobre a possibilidade ou não do Plenário poder fazer questionamentos aos depoentes. Geo ainda citou brevemente que quando foi montada a CPI, todos foram convidados para participar, e que, na época, “não houve briga”. “Faltava gente que quisesse ingressar”, disse.
Em seguida, Geo passou rebater acusações feitas pelos pares da Tribuna da Câmara. O primeiro ponto citado pelo vereador foi sobre a contratação de assessoria para auxiliar os trabalhos da comissão. O presidente negou que a empresa teria sido contratada pela Casa de Leis. “Para aqueles que mencionaram a contratação do jurídico, contratei com a verba indenizatória. Deixo claro isto”, garantiu.
Júnior Geo ainda foi enfático em negar qualquer ligação com o ex-prefeito Carlos Amastha. “Não sei de onde veio o pensamento do par para fazer uma acusação como esta de que minha pessoa teria relação com o ex-prefeito ou quem quer que seja. A minha história para chegar até aqui não foi feita em cima de nenhum tipo de negociação. Não admito acusações levianas”, disparou da Tribuna.