O candidato Marcos Souza, do PRTB, é o terceiro entrevistado da série do CT. O empresário afirmou que, se eleito no dia 3 de junho, não vai nomear nenhum secretário neste momento em que ele chama de “emergencial”. “Minha equipe será chamada de Equipe de Resgate, formada por voluntários altamente qualificados que, assim como eu, querem resgatar a autoestima e recuperar a saúde do Estado”, disse.
Sou ainda avisou que será o primeiro “governador secretário de Saúde” da história. “Vou despachar na primeira semana de dentro do HGP e assim farei em todos os demais hospitais estaduais, junto da equipe que trabalha dentro dos hospitais. Nós iremos identificar os erros e solucioná-los, e faremos isso em tempo recorde”, garantiu.
Por fim, o candidato do PRTB afirmou ser diferente em tudo dos seus adversários nesta eleição suplementar. “Eles não têm respeito com a população, e eu tenho, eles não têm moral para olhar nos olhos e conversar com o povo de peito aberto, e eu tenho. Eles têm sede pelo poder a qualquer custo, e eu não tenho”, comparou.
Confira a íntegra da entrevista com o candidato Marcos Souza:
[bs-quote quote=”Se alguém achar que poderá fazer negociata não precisa nem me visitar, que será perda de tempo e passará vergonha. Eu não me sentarei à mesa de nenhuma reunião para fazer troca alguma com qualquer pessoa que seja pleiteando irregularidades
” style=”default” align=”left” author_name=”MARCOS SOUZA” author_job=”Candidato a governador pelo PRTB” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/05/MarcosSouza60.jpg”][/bs-quote]
CT — O governo do Tocantins deve R$ 1,3 bilhão para fornecedores, prestadores de serviços, consignados e Igeprev. Tem um passivo de mais de R$ 1 bilhão de direitos trabalhistas. Está desenquadrado em relação à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), com quase 55% de comprometimento da Receita Corrente Líquida com a folha. Todos os últimos governadores prometeram uma mudança radical na vida do Estado, mas, ao assumirem, apenas reclamaram da “herança maldita”. Como se vê, já é totalmente conhecido o caos financeiro e fiscal do Tocantins. Se assumir o Palácio Araguaia, o sr. considera que ainda terá direito de se dizer surpreendido pelos números? E o que fazer diante de tamanho caos administrativo, financeiro e fiscal?
Marcos Souza — Os números dos rombos financeiro e moral que eles causaram no governo são conhecidos por todos, isso não será surpresa para nós. Agora, caberá a nossa equipe é acabar com esse “caos”. O que temos consciência é do custo real de cada coisa, eu sei quanto custa um clips, quanto custa um pneu de uma ambulância e quanto custa um seringa. Eu também sei que o valor que eles pagam e sempre pagaram, está bem acima do normal e do que realmente devem custar.
Então, um ajuste nas despesas, principalmente nas aquisições, já surtirá num efeito bastante positivo. Muitos serviços que hoje demandam muita gente e tempo também podem ser solucionados com uso das novas tecnologias e nós colocaremos isso à disposição da gestão dos processos internos do governo e iremos envolver todas as pessoas de bem neste processo.
Uma demonstração inicial de como economizar será o corte dos privilégios, começando por mim. Vou abrir mão de salários e de moradia oficial. Não irei nomear nenhum secretário neste momento emergencial, minha equipe será chamada de Equipe de Resgate, formada por voluntários altamente qualificados que, assim como eu, querem resgatar a autoestima e recuperar a saúde do Estado.
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CT — Os Poderes hoje recebem o duodécimo sobre o orçado e não o arrecadado. Têm os maiores salários, projetos milionários, empurram seus aposentados para a conta do Igeprev, aliviando seus orçamentos. O sr. pretende fazer uma conversa com os Poderes sobre a contribuição deles para solucionar a crise do Estado?
Marcos Souza — Ao que me parece, neste processo existem algumas ilegalidades e principalmente imoralidades e nós queremos todas as esferas parceiras do processo de recuperação e principalmente de moralização da imagem dos poderes públicos do Tocantins.
CT — Uma das reclamações mais frequentes é sobre o excesso de nomeações de cabos eleitorais para atender deputados e conquistar apoio de todo o Estado. Como o sr. avalia essa preocupação e como pretende lidar com esta questão?
Marcos Souza — Primeiro que se alguém achar que poderá fazer negociata não precisa nem me visitar, que será perda de tempo e passará vergonha. Eu não me sentarei à mesa de nenhuma reunião para fazer troca alguma com qualquer pessoa que seja pleiteando irregularidades. Não quero ser o governador reconhecido pela tal “governabilidade irresponsável”, serei reconhecido por ser o melhor governador do Brasil. O assunto nomeações está inclusive proibido em minha campanha, todos que estão comigo nessa caminhada eleitoral estão cientes disso.
[bs-quote quote=”Ao nos reunirmos com cada fornecedor, eles já podem ficar tranquilos que não pediremos nenhuma contra-partida (leia-se comissão) pessoal em troca. Todo este processo será tratado com a máxima transparência e será dada a necessária publicidade a estes atos
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CT — Se eleito, o sr. terá um mandato de seis meses, apenas. A despeito de concorrer ou não em outubro, e considerando também as eleições ordinárias, o que dá para fazer em tão pouco tempo?
Marcos Souza — Dar exemplo, organizar de imediato o caos na saúde, ser coerente nos atos assim como na campanha e mostrar como se moraliza um governo com gestão eficiente.
CT —Cinco dos seis ex-governadores do Tocantins enfrentam graves problemas com o Judiciário. O Estado viu ex-governador sendo preso, conduzido coercivamente, suspeitas de desvios de milhões. Ou seja, o eleitor tem todo o direito de estar desconfiado. Como resgatar a confiança do eleitor na figura da maior autoridade do Estado nesse contexto?
Marcos Souza — Mostrando ao Brasil e ao mundo o potencial do Tocantins e sua vocação para o trabalho e o desenvolvimento. O eleitor tem todo o direito de estar desconfiado, eu também estou e, além disso, estou indignado com tudo isso, por isso, resolvi me envolver. Eu não preciso de dinheiro de política para viver bem e não tenho sede de poder. Eu vou mostrar para a população que é possível sim um homem servir ao Estado sem se preocupar em enriquecer com a política e sem ser atraído pela tentação do poder.
CT — Um dos problemas mais graves e urgentes do Estado é com a saúde. Morte de bebês cardiopatas, filas em hospitais, falta de remédio para pacientes de câncer, prédios de hospitais sucateados [caso do Dona Regina, que engenheiros dizem não ter condições para continuar como uma unidade hospitalar]. Diante da crise financeira e fiscal, comprometimento elevado da receita com pessoal, como dar dignidade ao cidadão que busca atendimento na área de saúde?
Marcos Souza — Eu serei o primeiro governador secretário de Saúde da história, sim, eu vou despachar na primeira semana de dentro do HGP e assim farei em todos os demais hospitais estaduais, junto da equipe que trabalha dentro dos hospitais. Nós iremos identificar os erros e solucioná-los, e faremos isso em tempo recorde.
Vou oferecer à população o mesmo nível de atendimento que eu ofereceria para os meus filhos e netos. Diga-se de passagem, tenho dois filhos médicos especialistas e um odontologista, além de inúmeros amigos da saúde, convivo de perto com os desafios da saúde pública e estudo as soluções há um bom tempo. Eu me preparei para ser governador do Tocantins.
CT — Como o Estado tem papel fundamental para a economia regional se movimentar, o que os fornecedores, que tem para receber R$ 344.850.827,99, podem esperar de sua gestão?
Marcos Souza — A obrigação de quem deve é pagar, mas de quem paga é cobrar resultado e qualidade no serviço prestado e, para se certificar desta qualidade, é necessário fiscalizar. Nosso compromisso será de honrar as dívidas, e iremos ao mesmo fazer um auditoria em todas as contas e conferir o serviço prestado, ao mesmo tempo em que iremos propor uma negociação equilibrada com cada fornecedor.
Aquilo que for justo pagaremos. Ao nos reunirmos com cada fornecedor, eles já podem ficar tranquilos que não pediremos nenhuma contra-partida (leia-se comissão) pessoal em troca. Todo este processo será tratado com a máxima transparência e será dada a necessária publicidade a estes atos para que a população tenha conhecimento de cada passo ou tratativa nossa.
CT —As perdas do Igeprev com investimentos de risco em governos anteriores podem chegar a R$ 1 bilhão. Além disso, o Estado deve R$ 351.786.355,25 retidos dos servidores e do patronal e não repassados. Há um risco de ter que, no curto prazo, aumentar a contribuição do servidor para o instituto, ou logo o Igeprev se tornará deficitário e o Estado terá que complementar a folha. Como o sr. pretende lidar com essas questões, caso eleito?
Marcos Souza — Nós aplicaremos as mesmas medidas da recuperação das finanças nos demais órgãos, através de auditorias e negociações com prestadores dos serviços. Temos uma sugestão imediata, que é fazer aplicações financeiras, muito provavelmente através de empréstimos consignados. Isso irá gerar lucro aos próprios servidores do Estado e será uma medida de recuperação da capacidade de pagamento do Igeprev. O próprio sistema terá sustentabilidade financeira.
CT — Há um déficit enorme de Policiais Militares na Corporação. O governo Marcelo Miranda preparou um concurso para mil policiais, mas os sindicatos defendem pelo menos 2 mil novas vagas. No entanto, novamente, volta o tema da crise financeira e fiscal. Na outra ponta, a violência é muito grande nos principais municípios, com números elevados de assassinatos em cidades como Araguaína e Gurupi. Droga por todos os municípios. Na Polícia Civil não é diferente: faltam policiais, delegados e as delegacias e viaturas são precárias. Como aliviar o clamor do cidadão por mais segurança, em meio à falta de recursos?
[bs-quote quote=”O que percebi é que este é um momento que não dá mais para esperar e ver tudo acontecer, manchetes de jornal. É o momento de as pessoas de bem se unirem e resgatar o Tocantins” style=”default” align=”left” author_name=”MARCOS SOUZA” author_job=”Candidato a governador pelo PRTB” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/05/MarcosSouza60.jpg”][/bs-quote]
Marcos Souza — Tenho a responsabilidade de ter ao meu lado como candidato a vice-governador, o Sargento Jenilson. Ele é um estudioso dedicado da segurança pública e das relações entre polícia e comunidade, além de ter um amplo conhecimento sobre administração. Nós estamos cientes de que as principais soluções serão o aumento do efetivo policial e a integração entre as policias, aumentando o trabalho de inteligência das policias à medida que todos compartilharão informações.
Além disso, nós iremos trazer da segurança pessoal dos membros dos Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo muitos homens para as ruas com dedicação ao atendimento da população.
Sobre os equipamentos de trabalho, eu me coloco no lugar de um policial. Como que eu iria enfrentar um bandido que porta metralhadora e armamento pesado enquanto na minha cintura tem apenas um revolver Rossi de cinco tiros? É impossível, mesmo com toda a habilidade e preparo que nossos policiais tocantinenses possuem. Mas nós sabemos que os equipamentos que estão à disposição deles muitas vezes são imensamente inferiores aos do crime organizado. Agora, os bandidos do Tocantins terão consciência de que, no que depender de mim, a moleza deles está com os dias contados.
CT — Por que o sr. deve ser eleito e não seus adversários? Qual a sua diferença em relação a eles?
Marcos Souza — Eu sou diferente deles em tudo. Eles não têm respeito com a população, e eu tenho, eles não têm moral para olhar nos olhos e conversar com o povo de peito aberto, e eu tenho. Eles têm sede pelo poder a qualquer custo, e eu não tenho. Eles nunca tiveram amor pelo Tocantins, e eu tenho. Eles não se preocupam em preparar o futuro do Estado para seus filhos e netos, e eu me preocupo. Eles não estão preocupados em melhorar a vida das pessoas mais humildes, e eu estou. Eles não querem permitir que novas empresas sejam abertas ou prosperem, se não forem sócios ou se não receberem propina, e esse comportamento está longe de ser o meu perfil.
Escolhi o Tocantins para viver no dia em que foi lançada a pedra fundamental. Presenciei o ato e desde então nunca mais saí do nosso Estado, enquanto eles estavam nos envergonhando em rede nacional e fazendo o povo mais humilde e o empresário tocantinense sofrer durante estes 30 anos.
Eu estava resistindo, enfrentando eles, remando contra a correnteza e insistindo em acreditar que dias melhores viriam. O que percebi é que este é um momento que não dá mais para esperar e ver tudo acontecer, manchetes de jornal. É o momento de as pessoas de bem se unirem e resgatar o Tocantins. É a nossa vez de governar com responsabilidade e principalmente com amor pelo Tocantins e pelo Brasil.
Eu sou um indignado com atitude e coragem pra mostrar que é possível, com gestão, organizar as contas do Estado e prestar um serviço de qualidade a população. Eu sou um defensor da Pátria e da Família e quero liderar o processo de liberdade do Tocantins. Nós iremos fazer o Tocantins Livre.