A Assembleia Legislativa do Tocantins recebeu um Projeto de Lei do Executivo [PL 05 de 2019] que trata da criação da Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), com um cargo de diretor, para coordenar todas as ações destas temáticas. Conforme o texto do Executivo, a estrutura será ligada à Delegacia Geral. Por esta razão, o Sindicato dos Delegados do Tocantins (Sindepol) teme que o sistema produza “ingerências” no trabalho da Polícia Civil (PC).
Na avaliação do presidente do Sindepol, Mozart Felix, o texto faz com que a Dracco abrace o trabalho das delegacias especializadas do Tocantins, como a de crimes contra a administração pública (Dracma) e a de investigações criminais (Deic). Entretanto, o vínculo dela à Delegacia Geral preocupa o sindicalista. “Tem influências políticas na nomeação do diretor, e esse nomeado vai tentar produzir ingerências nas investigações”, resume.
Uma emenda – sugestão até do próprio Sindepol – deve ser proposta na AL. O texto restringe o cargo de diretor da Dracco aos delegados de carreira do Tocantins. Apesar disto, o sindicato ainda teme reviravoltas. “Outra preocupação é saber se realmente haveria tão somente esta emenda aí”, disse Mozart Félix ao citar que uma alteração dos deputados estaduais em uma outra propositura acabou por tirar a inamovibilidade da categoria.