Em uma discussão com o senador sergipano Alessandro Vieira (Cidadania) na Comissão Mista de Orçamento (CMO) nesta quarta-feira, 11, a senadora Kátia Abreu (Progressistas), já quase coordenadora da bancada do Tocantins no Congresso, acabou por atacar o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), ao falar do Projeto de Lei que regulamenta a execução de emendas parlamentares (PLN 04 de 2020). Kátia deve ser confirmada no final desta quarta como a nova coordenadora dos parlamentares tocantinenses, no lugar do deputado federal Carlos Gaguim (DEM).
Prerrogativa parlamentar
Na reunião, Kátia Abreu pediu o uso da palavra por entender que Alessandro Vieira teria a acusado de estar na CMO apenas atrás de dinheiro. “Não aceito que me coloque numa posição de senadora atrás de dinheiro, sem espírito público. Estou sim atrás de recursos, que é minha prerrogativa parlamentar, para meu Estado, de forma digna e honesta. Eu tenho mais de 20 anos de vida pública e não tenho nenhum processo de corrupção e desvio de dinheiro”, rebateu.
Governo propõe e Casa executa
A tocantinense defende que a regulamentação da execução de emendas parlamentares enviada por Jair Bolsonaro deve ser discutida na CMO. “Uma das principais prerrogativas do Congresso Nacional é fazer o Orçamento Geral da União. O governo federal propõe e esta Casa executa”, destacou. A matéria é resultado de acordo que permitiu manutenção de veto às emendas impositivas do relator-geral do Orçamento, mas Alessandro Vieira informou que parlamentares estão reunidos com o presidente para pedir a retirada do PLN.
Que exemplo será dado se presidente não honra assinatura
Com a informação apresentada pelo colega, Kátia Abreu partiu para a ofensiva. “Quem mandou esta discussão para cá foi o presidente Jair Bolsonaro. Assinou com a caneta dele. Que País é esse que estamos vivendo? Que exemplo vamos dar para a sociedade se um presidente não honra a assinatura que dá. Ele assinou e mandou para cá. Lá no meu Tocantins a gente chama isso de quiabar”, iniciou.
Vista a calça de manhã e de tarde
A próxima coordenadora da bancada tocantinense no Congresso Nacional prosseguiu: “Se é isso que ele [Jair Bolsonaro] quer, que vista a calça de manhã e de tarde, não só até meio dia, e retire o PLN 4 daqui. Sou mulher e visto saia e calça e honro a palavra que falo”, disse ainda.