A senadora Kátia Abreu fechou na noite dessa terça-feira, 2, sua filiação ao Progressistas (ex-PP), que deve ocorrer nesta quarta-feira, 4. Ela deixa o PDT para assumir a presidência regional do novo partido, que foi comandado nos últimos anos pelo ex-deputado federal Lázaro Botelho. A mudança mais significativa do ponto de vista político é que o Progressistas, com essa alteração na cúpula, deixará a base do governo Mauro Carlesse (DEM), de quem é aliado desde a eleição suplementar de 2018.
Diretório vencido
A diretório estadual do Progressistas está vencido desde domingo, 29. Assim, a executiva nacional vai montar uma comissão provisória, com Kátia na presidência. Ela, então, vai reestruturar as comissões nos municípios. Nesta quarta-feira, 4, a senadora, a direção nacional e Lázaro se reunirão para discutir a transição.
Durante as eleições
Como a Coluna do CT antecipou nessa terça-feira, um grupo de deputados federais próximos a Lázaro ainda tentou negociar uma transição de comando. A ideia era que ele permanecesse na presidência durante as eleições municipais e só passasse o bastão para Kátia no final do ano.
Pré-candidatos inseguros
O argumento é de que faltam apenas 30 dias para o final do prazo de filiações e alguns pré-candidatos poderão se sentir inseguros e deixar o Progressistas, já que toda a discussão foi feita com Lázaro e seu grupo.
De olho no painel
A ida de Kátia para o Progressistas não tem qualquer relação com o Tocantins, mas com o painel do Senado. O partido conta com seis senadores e está perdendo Vanderlan Cardoso (GO), por conta de divergências na política goiana. Assim, como precisa manter seu quadro de seis representantes para a definição da presidência das comissões da Casa, a sigla não pode perder membros neste momento.
Palácio Araguaia perde
Com Kátia no Progressistas, quem perde é o Palácio Araguaia, uma vez que a senadora está afastada do governo do Estado, que tem no partido um dos seus principais aliados. É uma perda significativa num ano eleitoral, já que o ex-PP tem um dos maiores tempos de rádio e TV e também de fundo eleitoral.
Quinto partido em 18 anos
O Progressistas é quinto partido de Kátia em 18 anos. Ela foi eleita deputada federal em 2002 pelo então PFL, partido pelo qual chegou ao Senado em 2006. Depois deixou o já Democratas (DEM) para fundar o PSD, com o ex-ministro das Cidades Gilberto Kassab. Ao se aliar à ex-presidente Dilma Roussef, Kátia se filiou ao MDB, e por ele se reelegeu para o Senado em 2014. Em abril de 2018, a parlamentar ingressou no PDT, disputando pelo partido o governo do Tocantins na eleição suplementar daquele ano e a vice-presidência da República na chapa do também pedetista Ciro Gomes.
Não cedeu à pressão
Kátia se desentendeu com o PDT na votação da reforma da Previdência no ano passado. A senadora votou a favor da proposta do governo do presidente Jair Bolsonaro. Antes da votação em segundo turno, o presidente nacional do partido, Carlos Lupi, chegou a ameaçar levar a senadora para comissão de ética do PDT. Ela, no entanto, não cedeu à pressão e manteve o voto favorável ao texto aprovado pelo Senado.