Quarto colocado no primeiro turno da eleição suplementar, Márlon Reis (Rede) gravou vídeo para rebater outro gravado pela equipe do senador Vicentinho Alves (PR) com o intuito de conquistar os 56.952 eleitores [9,91% dos votos válidos] do candidato do Rede Sustentabilidade no primeiro turno. O advogado condenou a ação. “Nosso eleitorado não pode ser tratado como membro de um curral, como gado, como estão acostumado esses políticos antigos”, disparou.
O vídeo da campanha de Vicentinho Alves se dirige ao eleitor de Márlon Reis como alguém que estava “decepcionado com os políticos” e destaca o “grave momento” do Tocantins. O material argumenta ainda que está “nas mãos” do eleitorado evitar campanhas como a de Carlos Gaguim (DEM) e Sandoval Cardoso (SD) que alega terem “ajudado a quebrar o Estado” na tentativa de se reelegerem. O republicano também é comparado a Márlon Reis no quesito ficha limpa.
Em resposta, Márlon Reis acusa Vicentinho Alves de “se apropriar” de sua imagem e discurso para tentar dar “a falsa sensação” de conexão entre as candidaturas.“Não autorizei o uso do meu nome por nenhuma candidatura. Nosso eleitorado não pode ser tratado como membro de um curral, como gado, como estão acostumado esses políticos antigos. Esta prática perversas que precisamos superar no Estado”, anotou.
“Os nossos eleitores são livres. Não tenho domínio ou comando sobre nenhum deles. Eles não apostam no nome de Márlon Reis, mas em uma ideia, projeto, ao qual aderem, participam, voluntariamente; e podem se aproximar ou se afastar na hora que bem quiserem”, acrescentou ainda o candidato do Rede Sustentabilidade no vídeo.
Márlon Reis também afasta semelhanças com o republicano apontadas no vídeo, que considera de visão “completamente equivocada”. “Tenta colocar a minha imagem como próxima a dele no quesito ficha limpa. Eu não tenho nenhuma proximidade com o tipo de biografia ostentada pelo candidato Vicentinho Alves. Pelo contrário, não respondo processos de diversas maneiras, de improbidade, de pontos que apresentam casos de desonestidade”, acrescenta.
“Para ser ficha limpa não basta ser elegível, é preciso uma conduta reta, íntegra, conhecida pelas pessoas. Essa é a nossa grande diferença. Desautorizo a continuidade da publicação deste vídeo”, completa.
Esclarecimento
A campanha de Vicentinho Alves já reagiu em nota de esclarecimento e lamentou a postura de Márlon Reis. O texto reforça que a imagem do candidato da Rede não foi utilizada no material e acrescenta que só houve uma citação “de forma positiva”. “É absolutamente legítimo e democrático um candidato vencedor pedir os votos e apoio político aos eleitores dos candidatos derrotados no primeiro-turno, razão da existência da eleição em dois turnos”, acrescentou.
A nota aproveita para reforçar a defesa de que o senador votou pela aprovação da Lei Ficha Limpa. O texto ainda acusa Márlon Reis de “ignorar o princípio da presunção de inocência ao fazer acusações falsas contra Vicentinho Alves”. “Marlon ainda agiu de forma preconceituosa e praticou exatamente o que condena na política tradicional: a tutela dos eleitores”, afirma o documenta, acrescentando que materiais com o mesmo teor foram produzidos para os demais candidatos derrotados.
Veja abaixo os vídeos:
Leia a íntegra da manifestação:
“NOTA AO POVO TOCANTINENSE
Ao lamentar a postura do candidato derrotado Marlon Reis que nos acusou de ter se apropriado da sua imagem para pedir votos a seus eleitores, a Coligação A Vez dos Tocantinenses faz os seguintes esclarecimentos:
1) Em nenhum momento foi utilizada a imagem do candidato no vídeo da coligação.
2) O candidato foi citado apenas de forma positiva ao ser qualificado como ficha limpa, assim como Vicentinho Alves, como comprovam todas as certidões apresentadas à Justiça Eleitoral.
3) Cabe lembrar aqui que o candidato Vicentinho Alves, como deputado federal, participou das sessões da Câmara dos Deputados e votou pela aprovação da Lei Complementar 135/2010, Lei da Ficha Limpa, em sete votações realizadas em plenário.
4) É absolutamente legítimo e democrático um candidato vencedor pedir os votos e apoio político aos eleitores dos candidatos derrotados no primeiro-turno, razão da existência da eleição em dois turnos.
5) Na condição de ex-juiz, Marlon Reis ignorou o princípio da presunção de inocência ao fazer acusações falsas contra Vicentinho.
6) Marlon ainda agiu de forma preconceituosa e praticou exatamente o que condena na política tradicional: a tutela dos eleitores.
Por fim, a Coligação esclarece ainda que produziu o mesmo conteúdo para os eleitores dos candidatos Carlos Amastha, Mário Lúcio Avelar, Kátia Abreu e Marcos Souza por entender que são tocantinenses e aos quais cabe a decisão sobre o destino do Tocantins. A Coligação vai tratar o episódio como caso encerrado para se concentrar nas propostas para salvar o Tocantins.”