Diante da crise da pandemia de Covid-19, o governador Mauro Carlesse (DEM) anunciou a abertura de vagas para que profissionais e estudantes da área da saúde possam atuar de forma voluntária nas unidades hospitalares. Entretanto, a iniciativa foi alvo de crítica de centros acadêmicos de Medicina e da associação dos estudantes do curso no Tocantins. Em carta à Secretaria da Saúde (Sesau) enviada no sábado, 11, o grupo cobra informações mais claras sobre o programa e questiona falta de diálogo do Palácio Araguaia com a iniciativa semelhante do governo federal, o Brasil Conta Comigo.
Às cegas
Na carta, os estudantes de Medicina questionam a falta de edital ou normativa que esclareça como se dará o trabalho voluntário. “Acreditamos que a forma pela qual projeto foi apresentado no site chega a ser um desrespeito com os profissionais e estudantes da saúde pela falta de informações e pelo modo como está sendo divulgado e elaborado, sem termos, explicações. Dessa forma o acadêmico é obrigado a escolher um eixo de atuação ‘às cegas’ sem a menor noção de como são caracterizadas essas funções”, resume a carta.
Uniformidade, não uma competição
Outra observação dos estudantes é que o projeto do Estado não deixa claro se dialoga com o do governo federal. “Este site aparentemente não está relacionado com o do programa ‘O Brasil Conta Comigo’, e gostaríamos de um posicionamento dos órgãos administrativos responsáveis para que exista uma maior uniformidade e não uma competição”, acrescenta a carta.
Recomendação é não aderir
Vice-presidente do Centro Acadêmico de Medicina da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Henrique Francisco Santana disse à Coluna do CT que o grupo ainda não recebeu uma resposta da Sesau e que ainda não recomenda a adesão ao projeto do governo do Tocantins. “Nossa recomendação atual é evitar participar do programa estadual por não possuirmos nenhuma informação sobre ele, sem nem mesmo um documento de edital”, afirmou.