O empresário Pedro Siqueira Campos, proprietário da PS Produções, responsável pela realização da Exposição de Agropecuária de Palmas (ExpoPalmas), calculou à Coluna do CT que o evento, cancelado faltando dois dias para o final, deu um prejuízo de R$ 750 mil. No entanto, ele afirmou que tem cerca de R$ 420 mil a receber de shows que disse ter pago antecipadamente, fora o investimento de R$ 2,5 milhões que contou ter feito no Parque de Exposições, sobre os quais busca um acordo com o Sindicato Rural de Palmas para receber.
Dívida de R$ 135 mil
Pedro disse que a saída para restituir R$ 30 mil de ingressos dos últimos dois dias de show, de cerca de R$ 90 mil dos barraqueiros e mais R$ 15 mil de comissão para vendedores — um total de R$ 135 mil — depende de receber o dinheiro dos empresários que comercializaram os shows ou de um acordo com o Sindicato Rural. O empresário contou que fez a proposta para a entidade lhe pagar R$ 50 mil por mês durante nove anos, mas não foi aceita.
“Não sou malandro”
Em entrevista à Coluna do CT, Pedro se emocionou e chegou a chorar: “Eu não sou malandro”, afirmou. Ele alega ter sido vítima de boicote. Segundo disse, em quatro meses foram vendidos apenas cerca de 3,6 mil ingressos, com um faturamento de R$ 149 mil. “Como vendeu só isso com essa grade musical?”, questionou. O empresário disse que para o show do Barão da Pisadinha foram comercializados somente 690 ingressos. “Uma banda que coloca 10 mil pessoas em qualquer show do Brasil!”, estranhou.
Um complô
Pedro disse que, por isso, não havia como continuar com a ExpoPalmas. Ele contou que o presidente do Sindicato Rural de Palmas, Antônio Jorge, tentou convencê-lo a permitir que o sindicato continuasse com a exposição em parceria com os barraqueiros. “Mas era um complô para nesta segunda-feira eu não ter razão e perder o ponto. O objetivo era fazer o Pedro Siqueira sair daqui sem nenhum centavo”, aventou.
Das tripas o coração
Também em entrevista à Coluna do CT, o presidente do Sindicato Rural de Palmas, Antônio Jorge, negou qualquer forma de boicote contra o empresário. “Fizemos das tripas o coração [para ajudá-lo], sem ter obrigação, porque era tudo a empresa dele que tinha que fazer”, disse.
Na conta da PS Produções
Antônio Jorge disse que o ingresso é em nome da PS Produções. “Quando se compra o ingresso, o dinheiro cai direto na conta dele [PS Produções]”, afirmou o presidente do sindicato. “Espero que ele restitua todo o prejuízo que deu, sem falar na imagem do sindicato”, afirmou, avisando que a entidade vai à Justiça contra o empresário.
Proposta dos credores
Ele disse que a proposta de manter a ExpoPalmas até o final, nesse domingo, 22, era dos credores da festa, não do sindicato. “Eles [credores] tirariam o prejuízo e o que passasse ficaria com ele [PS Produções]. Então, a responsabilidade é exclusivamente dele”, reforçou.
Carta na manga
Antônio Jorge contou que a PS Produções tinha prioridade em fazer a exposição este ano por já ter realizado em 2018. O sindicalista disse que Pedro sempre garantiu que tinha condições de fazer a festa. “Ele sempre falou isso, que não precisava de ninguém, e depois não tem a carta na manga que ele falava que tinha? Então, tem que encontrar alguém para jogar a culpa.”
Concessão não é do parque
O presidente do Sindicato defendeu que a concessão para a PS Produções não é do parque de exposições, mas do lugar em que a empresa fez o asfalto.
Não tem condições de fazer acordo
Conforme Antônio Jorge, a proposta de acordo com o sindicato seria “mais uma falácia” de Pedro. “Nunca existiu [a proposta] e, se o sindicato tivesse dinheiro para fazer asfalto, jamais faria comodato com alguém”, disse. O sindicalista afirmou que a entidade não tem condições de fazer o acordo que Pedro propõe.
Assista a seguir as duas entrevistas:
Pedro Siqueira Campos:
Antônio Jorge: