Artérias coronárias são os vasos que irrigam o miocárdio, tecido muscular do coração. A obstrução desses vasos limita a chegada de sangue para o músculo do coração, provocando problemas graves, como angina, infarto e insuficiência cardíaca, doenças que, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), causam cerca de 150 mil mortes por ano no Brasil.
A medida da Reserva de Fluxo Fracionada (FFR – Fractional Flow Reserve) é um procedimento invasivo (tem que colocar um fio dentro da coronária), que permite determinar o impacto das obstruções nas artérias do coração, medindo, com maior precisão, a importância no comprometimento do fluxo de sangue e quanto o miocárdio sofre com isso.
Os primeiros quatro procedimentos de FFR, no Estado do Tocantins, foram realizados hoje, com sucesso, na empresa INTERVCENTER SERVIÇOS CARDIOVASCULARES LTDA, localizada no Hospital da UNIMED.
As lesões que provocam obstruções iguais ou superiores a 70% são tidas como isquêmicas (que causam problemas) e as que geram obstruções menores que 50%, como não isquêmicas. No entanto, lesões que se apresentam entre 50 e 70%, chamadas de moderadas, podem ou não causar isquemia miocárdica, e sua análise visual pode não refletir a gravidade do caso, sendo necessária uma avaliação funcional. O Dr. Ibsen Trindade, Cardiologista Intervencionista (Hemodinamicista titulado pela SBHCI), ressalta que, nesses casos de lesões coronárias moderadas, a quantificação fisiológica obtida com o FFR tem demonstrado benefícios em vários estudos clínicos, com grande impacto na mortalidade dos pacientes, pois só serão realmente abordadas as estenoses que necessitam.
Considerado um procedimento invasivo, o FFR não deve ser utilizado de modo rotineiro; “temos opções não invasivas, como a cintilografia de perfusão miocárdica e outros exames, para avaliar se determinada obstrução na artéria coronária está causando algum prejuízo na irrigação do miocárdio. Entretanto, em algumas situações, essas opções são inviáveis ou inconclusivas, tornando o FFR a melhor escolha”, explica o Dr. Andrés Sánchez, Cardiologista Intervencionista (Hemodinamicista titulado pela SBHCI).
Procedimento
O FFR pode ser realizado pelo punho (via radial) ou pela virilha (via femoral). Após anestesia local e/ou sedação, um catéter fino e longo é introduzido dentro do vaso sanguíneo até atingir o coração. Usando-se esse catéter como acesso, passa-se um fio metálico extremamente fino, contendo um transdutor de pressão em sua ponta, no interior da coronária. Isto permite comparar as pressões sanguíneas antes e depois da obstrução, definindo-se, desta forma, o comprimento do fluxo coronário.
O procedimento é realizado por médicos cardiologistas, com atuação nas áreas de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista. (Da assessoria de imprensa)