O presidente da Unimed na Capital, Ricardo Val Souto, postou nas redes sociais no sábado, 23, que a Secretaria Estadual da Saúde (Sesau) comprou 590 camas hospitalares automáticas importadas para o enfrentamento à Covid-19 por R$ 23 mil a unidade, num total de R$ 13,5 milhões.
Nacional custa no máximo R$ 10 mil
Souto, que é médico, disse que uma cama nacional com as mesmas especificações custa de R$ 6 mil a R$ 10 mil, “sem nenhuma dificuldade para fornecimento imediato”.
R$ 10 milhões no ralo
Segundo ele, “só nesta brincadeira, foram para o ralo (ou para outro lugar) cerca de R$ 10 milhões”.
Quebrou, joga fora
Ainda observou que não há manutenção no Brasil dessas camas importadas. “Quebrou, joga fora porque manutenção no Brasil não tem”, avisou.
Onde enfiar 600 camas
O médico ainda pergunta: “Aonde pretendem enfiar essas quase 600 camas, se o governo diz ter abandonado a ideia dos hospitais de campanha? E por que esse tipo de cama, se as manuais (à manivela) cumprem rigorosamente a mesma função e custam metade do preço de uma automática? E, finalmente, porque comprar importada se a nacional é tão boa quanto e muito mais barata, num momento em que o dever do Estado, entre outros, deveria ser fortalecer a indústria brasileira? Nem Freud explica”, arremata.
MPE vai apurar
A publicação do médico levou a 19ª Promotoria de Justiça da Capital a instaurar nesta terça-feira, 26, procedimento administrativo para averiguar a regularidade da aquisição das 590 camas automatizadas com colchões para uso hospitalar. O promotor Thiago Ribeiro Vilela quer verificar a real carência do produto, a finalidade, os valores e a destinação das camas antigas a fim de fiscalizar a contratação.
A Coluna do CT fez contato com a Secretaria Estadual de Comunicação e aguardar manifestação.
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