A 5ª Promotoria de Justiça de Araguaína recebeu informação da diretoria técnica do Hospital Regional do município (HRA) de que haverá desfalque de médicos para plantões em dez leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) reservado para pacientes de Covid-19 a partir de junho. A cidade registrou até esta quinta-feira, 28, 1.392 casos da doença, que já levou a óbito 17 pessoas.
Exoneração a pedido e médicos do grupo de risco afastados
A diretoria técnica do HRA afirma no documento que alguns médicos pediram exoneração e trabalham cumprindo aviso prévio, enquanto outros foram afastados por se enquadrarem no grupo de risco, amparados por decreto estadual. A programação do hospital já indica de que não haverá nenhum profissional para a escala de quatro plantões para UTIs de Covid-19 em junho.
Concorrência
Conforme levantado pela Coluna do CT, o Estado poderia estar sofrendo com a concorrência do próprio município. Isto porque o governo paga para um médico R$ 10.276,20 por uma carga horária de 40 horas de trabalho. Pela mesma jornada, a Prefeitura de Araguaína afirma pagar R$ 15 mil.
Desfalque pode afetar leitos clínicos
Segundo o MPE, o desfalque nos plantões também se estenderá no atendimento de outros leitos clínicos, com diminuição da quantidade de médicos na escala e, em alguns casos, até mesmo ausência total, em plantões nas salas Verde, Amarela e Vermelha do HRA.
MPE cobra governo
O MPE afirma que a situação já foi reportada à Secretaria da Saúde do Tocantins (Sesau), para adoção de medidas administrativas como a contratação de novos profissionais ou remanejamento de médicos de outras unidades para atendimento temporário no hospital. A Coluna do CT também acionou a Sesau para falar da situação. A Promotoria de Araguaína já havia entrado com ação na Justiça para garantir quantidade suficiente de médicos para atendimento das demandas do HRA.