Não raramente nos deparamos com manchetes noticiando mais uma morte súbita em jovem. Esse evento felizmente é incomum, mas quando ocorre, gera grande comoção e consequências devastadoras em todos os aspectos: Emocionais, psicológicos, sociais, familiares, financeiros etc.
As patologias cardíacas, são pelo público em geral, consideradas doenças exclusivamente de pessoas idosas e causa enorme estranheza a possibilidade de ocorrência de morte de origem cardíaca em uma pessoa jovem e até mesmo em atletas, mas patologias de origem congênita e genética são capazes de originar tal desfecho.
A morte súbita, pela sociedade americana de cardiologia, define-se pela parada da atividade cardíaca de forma súbita que leva a vítima a irresponsividade, ausência de respiração e de sinais de circulação. Mas essa é uma definição genérica que não ajuda a esclarecer as causas dessa morbidade.
A maioria dos casos de morte súbita ocorrem realmente em pessoas mais idosas e tem como principal causa a obstrução das artérias coronárias (artérias que nutrem o coração) levando ao infarto agudo do miocárdio e arritmias malignas. Estas obstruções são consequência do envelhecimento, de hábitos de vida inadequados como sedentarismo, estresse e tabagismo, além do descontrole da pressão arterial, diabetes e colesterol.
A incidência desses eventos aumenta com a idade e com o impacto dos referidos fatores de risco envolvidos. Mas no caso de jovens a imensa maioria das ocorrências estão associadas a problemas congênitos e genéticos que culminam com arritmias graves e morte. Desta forma a história familiar de morte súbita levanta uma grande suspeita de fatores genéticos transmitidos aos descendentes e sempre que houver uma história familiar de morte súbita obrigatoriamente deve-se procurar um cardiologista para que uma investigação dirigida se inicie.
Patologias estruturais do coração podem levar a morte súbita em jovens e por vezes são identificadas facilmente, por cardiologista experiente, no consultório, apenas com a história clínica e exame físico. Outros fatores como desmaios, palpitações, dor torácica e cansaço desproporcional ao esforço praticado são sinais de alerta que devem motivar a ida ao cardiologista.
A morte súbita em jovens muitas vezes pode ser evitada com uma consulta ao cardiologista antes da prática de atividade física e quando surgirem sinais de alerta previamente descritos, não devendo nunca negligencia-los.
Dr. Bernardo Kremer
Cardiologista pela Sociedade Brasileira de Cardiologia
Cardiologista pela Universidade Federal do Rio de Janeiro
Membro da Sociedade Brasileira de cardiologia intervencionista e hemodinâmica
Mestre em cardiologia pela Universidade Federal Fluminense
Membro da Society for Cardiovascular Angiography and interventions EUA (SCAI)
Faculty do Transcatether Cardiovascular Theraputics EUA (TCTMD)
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