O Núcleo Especializado de Defesa da Saúde (Nusa) da Defensoria (DPE) cobrou do governo estadual o atual plano de contingência da Secretaria de Saúde (Sesau) com as informações sobre o planejamento para atendimentos e leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) diante do novo coronavírus. O pedido foi feito dentro de uma ação civil pública (ACP) já apresentada pelo órgão. A DPE quer com a manifestação verificar a real necessidade de se instalar hospitais de campanha no Estado, ao invés de se utilizar ou ampliar estruturas já existentes.
Hospitais de campanha não tem estimativa orçamentária
A nova manifestação na ACP foi realizada nesta quinta-feira, 23. Por meio dela, o Nusa destaca que já solicitou, no dia 2 deste mês, as informações sobre o plano relacionado às UTIs, contudo, o Estado – no processo – pediu 90 dias para apresentá-lo. Além disso, o anúncio público de implantação dos hospitais de campanha para Palmas, Araguaína e Gurupi não foi feita com estimativa orçamentária, o que também é requerido pela Defensoria por meio da Justiça.
Alternativas
A Defensoria argumenta que as cidades em que o governo pretende implantar os hospitais de campanha contam com estrutura de saúde tanto na iniciativa pública quanto na iniciativa privada e filantrópica, nas quais, certamente, o Estado investiria menos recurso público e com mais eficiência, já que existem estruturas prontas e vazias que podem receber equipamentos e cuidar dos pacientes com mais dignidade e eficiência do que em leitos construídos com tendas que, depois que passar a necessidade, serão desfeitos, não ficando nada a disposição da população.
Voltar a época da tenda
Coordenador do Nusa, Arthur Luiz Pádua Marques questiona as intenções do governo com as tendas. “Já que vamos gastar milhões, por que não ampliar e reformar rapidamente estruturas já existentes de modo a deixar investimentos no SUS [Sistema Único de Saúde]? Por que temos que construir tendas em espaços públicos sem o mínimo de estrutura sanitária? Vamos voltar a coletivizar banheiros entre homens e mulheres como era, antigamente, na tenda do Hospital Geral de Palmas?”, indaga.