A Delegacia Especializada em Investigações Criminais (Deic) de Araguatins deflagrou na manhã desta sexta-feira, 22, a Operação Isis, que investiga funcionários do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) em municípios da região Norte e em Palmas. A Polícia Civil apura atuação de servidores que estariam utilizando informações privilegiadas do órgão para, através de uma empresa de fachada, oferecer serviços de consultoria ambiental para a obtenção de licenças referentes a fazendas da região.
Oito mandados de prisão e 13 de busca e apreensão foram cumpridos pela Polícia Civil. Prestaram auxílio na operação as Delegacias dos referidos municípios e da Deic Norte, Núcleo de Araguaína. O nome da operação faz referência à deusa egípcia relacionada a natureza.
Segundo o delegado responsável pela operação, Thiago Bustorff, as diligências ocorreram em Araguatins, Augustinópolis, Axixá, Buriti do Tocantins e Palmas. Ao todo, a associação criminosa envolve três funcionários do Naturatins, três sócios da referida empresa e uma pessoa que atuava como intermediador entre a empresa e fazendeiros.
Patrimônio incompatível
O delegado explicou que a Polícia Civil chegou até os suspeitos a partir da denúncia de que um dos funcionários do Naturatins e seu esposo participavam do referido esquema. Com isso, foi constatado que tal funcionário apresentava um patrimônio incompatível com sua renda, como uma propriedade rural avaliada em R$ 1,8 milhão e mais seis outros imóveis.
Além disso, conforme Bustorff, também havia contratos feitos pela empresa investigada com prefeituras da região que precisassem de qualquer serviço relacionado ao Naturatins, como o ICMS Ecológico. “Foram apreendidos documentos referentes a essas prefeituras. Eram feitos pagamentos para a empresa e o próprio funcionário público envolvido com o esquema emitia os documentos necessários do Naturatins”, explicou.
Na segunda fase da operação, será averiguada a abrangência do esquema criminoso, quantos fazendeiros, qual o montante de dinheiro desviado e como era feita a movimentação financeira para ocultar esse dinheiro. O delegado afirmou que o esquema possivelmente está em atuação desde 2011.
As pessoas investigadas podem responder por associação criminosa; corrupção passiva e ativa, a depender do caso; falsidade ideológica e lavagem de capitais.
Secom
Por meio da Secretaria de Comunicação Social (Secom), o governo informou que já realiza os trâmites para instauração de procedimentos legais cabíveis para apurar as responsabilidades. “O Governo do Estado do Tocantins não admite condutas incompatíveis com o exercício de cargo público”, garantiu. (Com informações da SSP)
Leia abaixo a íntegra da manifestação:
“NOTA – NATURATINS
O Governo do Estado do Tocantins não admite condutas incompatíveis com o exercício de cargo público. Ao tomar conhecimento das denúncias, o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) já realiza os trâmites para instauração dos procedimentos legais cabíveis, visando apurar as responsabilidades, podendo, em caso de comprovação de atos irregulares, os autores sofrerem as sanções previstas em Lei”