O Núcleo Especializado de Defesa da Saúde (Nusa) da Defensoria Pública (DPE) realizou na quinta-feira, 21, uma inspeção no Hospital Regional de Paraíso do Tocantins (HRP). Segundo o órgão, a inspeção constatou falhas na infraestrutura, na assistência de saúde e, ainda, falta de insumos e equipamentos. O trabalho foi feito sob a supervisão dos defensores Arthur Luiz Pádua Marques e Letícia Amorim.
Segundo informações da Defensoria, a unidade guarda um único aparelho de raio-x que já opera há mais de 28 anos. Conforme o Nusa, a máquina é “velha e arcaica”, e trabalha com “muita deficiência”. Para a DPE, o equipamento necessita ser trocado urgentemente. O hospital tem como maior problema a necessidade de reparos, tanto nos aparelhos quanto na infraestrutura do prédio, alegam os defensores.
Em relação ao abastecimento de medicamentos, a Defensoria Pública diz que a demanda é reduzida. Além disso, os defensores apontam que faltam carros administrativos e ambulâncias. Os poucos veículos que atendem ao hospital estão deteriorados, prejudicando o atendimento à comunidade.
Na avaliação da Defensoria, há prejuízos, inclusive, quanto à realização de cirurgia, que estariam sendo canceladas em virtude de problemas como falta salas para operar, mesa de cirurgia velha, falta de instrumentador cirúrgico, arco cirúrgico e artroscópio em péssima qualidade.
Outro motivo de cancelamento seria também por falta de profissionais de saúde. Os anestesistas não realizam cirurgias fora da carga horária e os ortopedistas não operam por falta de anestesistas, apontam os defensores.
“A falta de profissionais, bem como a carga horária estabelecidas nas escalas, aponta a deficiência ou até mesmo a falta de serviços necessários, tendo em vista que não fecham o mês de forma contínua”, aponta Arthur Luiz Pádua. Cirurgias ortopédicas são feitas dependendo da complexidade, visto que o local não conta com Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Os profissionais que atuam no Hospital Regional de Paraíso do Tocantins ainda relataram insegurança no local, citando frequentes casos de ameaça, até mesmo por arma de fogo, seja por parte de pacientes ou até de pessoas da comunidade. Tal situação é preocupante, pois a unidade não conta com equipe de segurança privada.
A vistoria identificou que faltam investimentos por parte do poder público, visto que a grande maioria das melhorias foi feita a partir de doações, a partir de ações beneficentes como rifas, galinhadas e doações, realizadas por iniciativa da própria direção do hospital e funcionários.
O CT acionou o governo do Tocantins para caso queira se manifestar sobre as conclusões da Defensoria Pública. (Com informações da Ascom/DPE)