Certo tempo atrás já havia escrito sobre o mesmo tema, embora com palavras outras, mas que encerra o mesmo sentido. E nunca é demais nos colocarmos dentro dos fatos reais da história, em especial nesta época em que todos se tornam, ou pelo tentam se tornar, bons de coração, praticar atos de solidariedade, quando tantos se esquecem que tais atos não necessitam de datas especiais para serem exercidos, quando praticados de coração aberto.
O Natal que é comemorado dia 25 de dezembro, como se fora a data de nascimento de Jesus, na realidade não corresponde ao que se propõe, pois Ele não nasceu nesse dia e de acordo com pesquisadores e historiadores esse fato ocorreu mais próximo do mês de abril ou maio.
[bs-quote quote=”É convenhttps://clebertoledo.com.br/wp-admin/post-new.php#iente observar que neste ano, em especial, Papai Noel está com o saco quase vazio de presentes” style=”default” align=”right” author_name=”JOSÉ CÂNDIDO PÓVOA” author_job=”É poeta, escritor e advogado” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2019/10/JoseCandido-PovoaNova-180.png”][/bs-quote]
A data começou a vigorar no Séc. IV, no ano de 354, em Roma. O dia 25 de dezembro remonta a uma antiga festa pagã dedicada ao sol e passou, simbolicamente, representar Jesus como a luz que veio para iluminar a humanidade.
No Brasil, a exemplo de tantos outros países pelo mundo afora, o natal é manifestado através da árvore, do presépio e por Papai Noel, além daquelas montanhas de neve, que nada têm a ver com nosso clima tropical, chuvas torrenciais seriam mais compatíveis…
A árvore é um adorno separado do presépio, em vista de ser anterior ao Cristianismo. Ela representa a árvore de maio, como elemento fecundador da vegetação que venerada e festejada, anunciava a continuidade de boas colheitas. Na Europa do Norte, no mês de maio, arrancavam na mata um pinheiro ou um álamo, que eram replantados na praça da aldeia como anúncio da vinda da Primavera e culto ao verde. Depois espalhou-se por toda Europa, em especial na Alemanha, no séc. IV, já no Cristianismo. Foi Martin Lutero, o precursor do protestantismo, quem introduziu nos lares a árvore de Natal decorada, isso em decorrência do seu casamento em 1525. No Brasil só chegou em 1909.
O presépio simboliza o nascimento do menino Jesus. Chamado também lapa, gruta ou lapinha, porque foi numa gruta que Ele nasceu em Belém, na Palestina, ocasião que foi presenteado pelos três reis magos, com ouro, simbolizando a riqueza; incenso, uma resina aromática retirada de diversas plantas orientais, representando a divindade e mirra, uma goma resinosa, aromática, também extraída de plantas asiáticas, própria para embalsamamento e representa longevidade. O costume das pessoas se presentearem entre si na época do Natal, veio daí, dos Reis Magos.
O presépio foi criado por São Francisco de Assis, em Grécio, na Itália, em 1223. Em Lisboa foi montado, pela primeira vez em 1391 pelas freiras da Ordem do Salvador. Chegou ao Brasil em 1583, através dos Jesuítas.
Já o Papai Noel, caracterizado como se apresenta todos os anos, apesar de existir desde 1881 nos Estados Unidos, só chegou no Brasil na década de 30, principalmente como garoto propaganda de uma famosa loja comercial e por marchinhas cantadas por Carlos Galhardo, tais como “…anoiteceu e o sino gemeu…”, “…coloquei meus sapatinhos, na janela do quintal…” Enquanto as principais músicas natalinas existem desde o séc. IV: Jingle Bells (Batem os Sinos), Silent Night (Noite Silenciosa) e Tennebaum (Pinheirinho).
Na lenda, papai Noel é São Nicolau, que viveu no séc. IV como Bispo na Turquia. É padroeiro da Rússia Imperial e da Grécia. Vive em Lapônia, no Pólo Norte e viaja no seu trenó à velocidade da luz, ou seja, a mais de 300 mil quilômetros por segundo. Para ajudar um amigo que precisava casar uma filha sem dote, São Nicolau atirou, do seu trenó, um punhado e moedas de ouro pela chaminé, indo cair dentro das botas do beneficiado e que estavam secando junto à lareira. É por isso que as crianças colocam os sapatos no fogão e acreditam que Papai Noel entra pela chaminé.
O cartão de natal surgiu na Inglaterra em 1843. E em 1849 começaram a ser vendidos pelo artista plástico inglês William Egly.
No natal, milhares de pessoas desempregadas arranjam uma vaga de trabalho, vestindo-se de papai Noel. Se bem que no caso do Brasil, acho que existem mais pessoas procurando uma vaga dessas dos que aqueles que já trabalham garantindo o pão de cada dia. E é conveniente observar que neste ano, em especial, Papai Noel está com o saco quase vazio de presentes.
Quem está de saco cheio de promessas e escândalos é exatamente o povo brasileiro, vendo que apenas algumas castas se fartam na facilidade dos poderes constituídos! “Quem tem ouvidos que ouça, quem tem olhos que veja!”
JOSÉ CÂNDIDO PÓVOA
É poeta, escritor e advogado. Membro fundador e titular da cadeira nº 12 da Academia de Letras de Dianópolis(Go/To), sua terra natal.
jc.povoa@uol.com.br