A dona de casa Sâmua Soares acompanha de perto o desenvolvimento do seu filho Kaleb, que há dois meses pratica as aulas de capoeira oferecidas pelo Instituto Internacional de Capoeira, Artes e Cultura, em parceria com a Prefeitura de Araguaína. Kaleb foi diagnosticado com hemiparesia, uma paralisia do lado esquerdo do corpo.
“O neurologista orientou que ele praticasse um esporte para melhorar a condição de saúde e eu já tenho percebido benefícios principalmente no equilíbrio, pois a ginga auxilia muito”, contou Sâmua.
Kaleb fez parte do grupo de 80 alunos da APAE, UMA (Universidade da Maturidade), CRAS (Centro de Referência em Assistência Social) e da Escola Militar Jorge Humberto Camargo, que receberam o certificado, conhecido como batizado, durante o III Tocantins Cultural de Capoeira, realizado no último dia 27, no auditório da Escola de Tempo Integral, no Setor Nova Araguaína.
O evento contou ainda com apresentações artísticas da Reciclarte, UMA e rodas de capoeira, além da presença dos servidores, secretários e mestres da capoeira. A secretária da Educação de Araguaína, Elizângela Moura, e o prefeito Wagner Rodrigues receberam o certificado Doutor Honoris Causa. A secretária ainda reconheceu a importância das práticas do esporte e agradeceu pelo trabalho desenvolvido junto aos jovens.
“Como sabemos, a capoeira faz parte da nossa identidade cultural, é uma forte expressão da cultura brasileira, é também uma arte-marcial, afro-brasileira, além disso é reconhecida e praticada mundialmente. Ser homenageada pelos seus praticantes, pela Academia Brasileira de Capoeira, foi uma grande honra, pois como educadora vejo a grande contribuição que a capoeira dá às nossas crianças e jovens, tirando-os do mundo da marginalidade”, afirmou a secretária.
Vidas transformadas
Elcimar Pessoa, mais conhecido como Mestre Pessoa, há 25 anos oferece aulas de capoeira por meio do Instituto, em escolas, CRAS e recentemente a UMA. “Por meio do esporte lidamos com várias realidades, de crianças em vulnerabilidade social a idosos e vi pessoas recuperarem as energias, tanto física, como mental e melhorarem a flexibilidade e mobilidade do corpo. É emocionante salvar vidas por meio da capoeira”, contou Pessoa.
O esporte é inclusivo e também tem alegrado os dias do aposentado Antônio Reis. A deficiência visual não é empecilho para ele se divertir nas rodas de capoeira. “Comecei porque eu gosto de dançar, acho a capoeira animada e o professor sempre prestativo me conduz para que eu faça os movimentos”, contou. (Da assessoria de imprensa)