GEO X LÉO
No debate de terça-feira, 11, aberto pelo deputado estadual Júnior Geo (PSDB) sobre o não pagamento de suas emendas, apesar de impositivas, gerou burburinho nas redes sociais a discussão entre o tucano e o filho do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), Léo Barbosa (Republicanos), que, óbvio, saiu em defesa da gestão do pai. Após o discurso de Geo, os governistas se alternaram mostrando a maravilha que está o Tocantins e entoando loas para a boa relação do governador com o Parlamento. Claro que elogiava quem está recebendo as emendas em dia. Não é o caso de Geo, que não recuou das críticas e avisou: “Emenda impositiva não tem que ficar babando ovo de ninguém [para receber], não tem que ficar com o pires na mão. Simplesmente é determinado o que deve ser feito, para onde deve ser aplicado e tem que ser aplicado. Não tem que ficar babando ovo de ninguém”.
COBROU POR MESES
Ele lembrou ter cobrado por meses o pagamento de suas emendas, antes de subir à tribuna. Disse que o responsável por isso no Estado não atende ligações, não responde mensagens e nem recebe seu assessor quando procurado. Geo contou ter cobrado pessoalmente o governador numa solenidade na Assembleia. Ressaltou a criação do fundo para abrigar recursos para emendas. O tucano garantiu que gosta “da pessoa do governador” e que não está “pessoalizando” o debate. Disse que o próprio Wanderlei, quando deputado, cobrava da tribuna o pagamento de emendas. “Não tinha imposição, hoje tem, é lei… é lei. [ O não pagamento] gera improbidade”, pontuou.
TEM BUSCADO PAGAR AS EMENDAS
Léo Barbosa, que presidia os trabalhos no momento do debate, reagiu em defesa do governo do pai, que, segundo disse, “tem buscado pagar as emendas” e “nunca pagou se tantos recursos de parlamentar na história deste Estado em 35 anos”. Mas fato é que os “enjeitados do Palácio” não estão recebendo, caso de Geo, Eduardo Mantoan (PSDB) e Gutierres Torquato (PDT). Disse que Geo “falta com a verdade” ao dizer que não pessoalizou seu discurso, já que afirmou que Wanderlei “não tinha compromisso, que estava jogando bola”. “Eu acho que o que meu pai faz na vida particular dele não compete a Vossa Excelência julgar. É um direito dele ir para um campo de futebol como é um direito dele ir para a igreja”, rebateu o filho, para em seguida enaltecer a gestão do pai, como supostos avanços na saúde, educação e estradas.
EM HORÁRIO DE EXPEDIENTE É COMPLICADO
Ao receber de volta a palavra, Geo colocou os pingos nos “is”. “Presidente, jogar futebol pode. Em horário de expediente que é complicado. O questionamento do futebol é em horário de expediente, é priorizar o futebol no horário de expediente ao invés de desenvolver a atividade que seria obrigatório no período ordinário, é esse o questionamento”, explicou. E, por fim, afirmou: “Presidente, o que eu estou fazendo é simplesmente cobrando, e a minha função é essa, gostando ou não. Talvez como Vossa Excelência menciona [o governador] ser seu pai, eu entendo. Na função de filho, também talvez eu fizesse o mesmo por ser meu pai. Mas aqui ele não está na função de pai, ele está na função de governador, e eu de deputado”.
NÃO DEIXA DE TRABALHAR PARA BATER UMA BOLINHA
Em nova passagem de fala, o filho do governador disse que só citou Wanderlei como pai “porque ele não vai deixar nunca de ser meu pai”. “Isso não é algo que eu consiga desvencilhar, mas aqui eu defendi a gestão, não defendi o meu pai que me criou, defendo as ações de governo”, disse Léo, que garantiu não ter visto o pai “deixar de trabalhar ou de cumprir qualquer compromisso de agenda para ir jogar futebol”. “Mas ele vai continuar jogando, andando no meio das pessoas, rodando este Estado, conversando… Coisa que Vossa Excelência faz pouco, acostumado mesmo é a gravar vídeo, de bater, agir com oportunismo… Quando queria o apoio dele ficava caladinho aqui. Agora bate”, cutucou o deputado governista.
AGENDAS FUTEBOLÍSTICAS

O futebol tem sido a prioridade da agenda do governador. No dia 8 de fevereiro, Wanderlei Barbosa chegou a optar por jogo válido pela 2ª rodada do Campeonato Tocantinense ao lançamento de 144 unidades habitacionais para famílias de Palmas, um investimento de R$ 23 milhões. No dia 21 do mesmo mês, o governador não deixou de bater uma bolinha no encerramento da 1ª Marcha dos Vereadores, na Capital. Foi numa manhã de expediente normal para todo trabalhador. Claro, a todos esses jogos dão ares de “agenda oficial”.
CRIME ABOMINÁVEL

O vereador de Palmas Carlos Amastha (PSB) foi à tribuna esta semana para comentar um artigo publicado pelo ex-secretário da Casa Civil de Palmas Gustavo Bottós de Paula, da gestão Cinthia Ribeiro (PSDB), com o título “O dia que a Caixa de Pandora da concessão do transporte público de Palmas foi aberta”. “Esta criatura defende o que eles fizeram com a municipalização do sistema, dizendo que abriram a Caixa de Pandora! O que fizeram foi simplesmente um crime abominável”, criticou Amastha.
CRIATURA NEFASTA
O também ex-prefeito garantiu que não havia nenhuma Caixa de Pandora, ao contrário do que afirma o ex-secretário de Cinthia, a quem chamou de “criatura nefasta”. “Qual Caixa de Pandora, gente? Não tinha caixa de Pandora nenhuma! Receberam o negócio funcionando redondinho e arrebentaram. Como arrebentaram muitas coisas desta cidade. Como arrebentaram com a nossa educação, com a nossa saúde, com nosso turismo, com nosso desenvolvimento social, econômico, esporte, etc., etc.”, afirmou o parlamentar.
TEOCRACIA?

A secretária da Educação de Palmas, Débora Guedes, enviou ofício no dia 5 a todos os diretores de escolas de ensino fundamental para autorizar o Ministério Gideões Internacionais a visitar as unidades da rede municipal para “realizar a distribuição gratuita de Bíblias – Novo Testamento, para alunos do 4º ao 9º ano”. Missionária da Assembleia de Deus Nação Madureira, Débora é do tipo “terrivelmente evangélica” e esposa de pastor. Importante saber se ela vai autorizar ações religiosas de católicos, espíritas, budistas, umbandistas, candomblecista, entre outras. É direito de todos.
VIOLÊNCIA INVISÍVEL

A secretária de Proteção e Bem-Estar Animal de Palmas, Gabriela Siqueira Campos, fez postagem em rede social sobre a luta dela e da vereadora Mary Cats (Podemos) em defesa dos pets. “Você, minha amiga Mary Cats, lutou comigo a batalha que nos trouxe até aqui. Só nós sabemos o tamanho do que enfrentamos! Agora, cabe a nós a responsabilidade de dar o exemplo, de ampliar a luta pelo fim do sofrimento animal”, afirmou a secretária. Depois fez uma comparação: “O feminicídio acontece aos olhos de todos, as estatísticas são alarmantes, a violência contra a mulher geralmente acontece dentro da sua própria casa. Já a violência contra os animais é invisível aos olhos da maioria, as denúncias não são atendidas, os infratores não são punidos e não temos nem dados concretos para expor o problema”. Por fim, garantiu: “Pois o tempo do sofrimento animal pelas ruas de Palmas chegará ao fim!” Muito bom! Luta justa e de todos que têm alguma sensibilidade, o mínimo de humanidade.