O Partido dos Trabalhadores (PT) do Tocantins lançou na noite de sábado, 3, o comitê para defender a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à presidência da República, em Araguaína. Pré-candidato ao governo do Tocantins pela sigla, o deputado estadual Paulo Mourão afirmou que a medida não significa a defesa de uma postulação ao Palácio do Planalto, mas da “soberania do povo brasileiro”.
Ao lado de membros e simpatizantes do Partido dos Trabalhadores em Araguaína o pré-candidato alertou a militância do “perigo” que a democracia corre no curso do que denomina ser um golpe ao estado democrático de direito formado pelo processo elitizado. Mourão fez uma reflexão desde a década de 1930, com a implantação do Estado Novo por Getúlio Vargas, até os dias atuais.
“Precisamos refletir na história a atuação da organização elitizada formada pela grande imprensa, a força política e o sistema financeiro que continua a fomentar o processo do empoderamento da elite do atraso e da elite perversa”, convidou o pré-candidato durante sua fala ao conclamar a todos os presentes a agir em favor da democracia e da soberania do povo brasileiro e tocantinense.
Paulo Mourão cobra maior participação da população nas reivindicações de direitos. “A candidatura do Lula representa e muito para o PT e para todo o nosso País neste momento, mas ela não é a única salvação do Brasil. Estão enterrando o Brasil porque o povo brasileiro não vai para as ruas fazer as suas exigências e isso não pode continuar assim”, comenta.
“Em 2014 cassam uma presidente sem nenhuma comprovação de ilícito dela e a elite ainda foi para as ruas bater panela de camisa amarela. São esses que na hora de gastar dinheiro vão para Miami”, asseverou Mourão ao destacar que a força do povo nas ruas precisa se intensificar neste momento há uma ruptura constitucional. “Um exemplo disso são os tantos que continuam ocupando espaços de representação do povo, como exemplo o Aécio Neves, que continua no Senado”, afirma.
União da esquerda
Concordando com Mourão, o presidente do PT em Araguaína, Sandro Cardoso, convidou a todas as pessoas presentes a iniciarem uma verdadeira onda em prol da democracia. “Não podemos ficar de braços cruzados e ver todos os nossos direitos serem massacrados”, disse ao lembrar que a esquerda brasileira precisa trabalhar junta para derrotar o sistema financeiro e fazer a democracia sobressair.
Presente na inauguração do comitê, o advogado Célio Moura lembrou que uma importante forma de promover a consciência democrática é o fomento à educação. “Este compromisso vemos nos governos do PT no Brasil com o presidente Lula e no Tocantins vemos na atuação do deputado Paulo Mourão, que neste fim de semana lançou uma especialização para professores em parceria com a UFT [Universidade Federal do Tocantins] e o Sintet [Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Tocantins]. Fico feliz em ver a preocupação de um homem que está pronto para nos ajudar na retomada da democracia sendo governador do Tocantins”, disse.
A ex-vereadora e secretária-Geral do Sintet, Silvinia Pires, também fez o uso da palavra e aproveitou para conclamar a todos e todas a eleger o próximo governador do Tocantins e o presidente do Brasil. “Temos essa missão e vamos nos unir para ter uma candidatura que representa a cidadania do Tocantins, que ao lado de Lula e uma bancada estadual e federal forte, vamos conseguir reavivar a nossa democracia”, disse.
Comitê
Os chamados “Comitês Populares em Defesa da Democracia e do Direito de Lula ser candidato à Presidência da República” são uma articulação com o objetivo de envolver os movimentos sociais, populares, sindicais, artistas, sociedade civil e toda militância petista, assim como os partidos do campo democrático e popular.
Entenda
Os três desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, votaram no dia 24 de janeiro pela manutenção da condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do triplex no Guarujá, em São Paulo. Os magistrados negaram o recurso da defesa do petista contra sentença aplicada pelo juiz Sérgio Moro, em primeira instância pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Os desembargadores também aumentaram a pena do ex-presidente de 9 anos e meio de prisão para 12 anos e 1 mês de prisão em regime fechado, acolhendo pedido do Ministério Público Federal (MPF). Com a decisão, Lula é considerado inelegível. O ex-presidente ainda luta para não ser preso. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) julga nesta terça-feira, 6, o habeas corpus do petista.