A Defensoria Pública do Tocantins (DPE) anunciou nesta segunda-feira, 13, ter registrado em todo o mês de março 105 atendimentos a mulheres vítimas de algum tipo de violência doméstica, o que sugere uma média de 3,3 ocorrências por dia. Do total, 39 mulheres solicitaram medidas protetivas ao órgão, sendo que sete delas tem casos considerados de urgência e relacionados à Lei Maria da Penha.
Isolamento pode influenciar
A Defensoria Pública entende que o período de período de isolamento social – necessário para diminuir o número de pessoas a serem infectadas pelo Covid-19 – pode colaborar com o aumento da violência contra as mulheres, já que é no ambiente doméstico é que esse tipo de violência mais acontece. Dados divulgados pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos a partir de atendimentos da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos mostram um aumento de quase 9% das denúncias de violência contra as mulheres em meados de março.
Não estão sozinhas
Coordenadora do Núcleo Especializado em Defesa da Mulher (Nudem), Franciana Di Fátima Cardoso avalia que a situação de violência nos lares pode ser maior porque ainda é comum que não haja denúncia ou busca de atendimento jurídico. “Todos podem e devem denunciar a violência doméstica, não apenas a vítima. Procurar a Polícia e informar o caso pelo disque-denúncia 180 são medidas fundamentais. Todas as pessoas podem colaborar divulgando os contatos da rede de proteção e dizer a essas mulheres que a DPE está presente e que, mesmo isoladas em casa, elas não estão sozinhas”, disse.