Diplomacia é ciência, arte e prática das relações internacionais entre Estados (países) e é de grande importância para a condução dos negócios estrangeiros de uma nação.
Uma nação não pode conduzir suas relações internacionais baseada na avaliação de uma só pessoa que utiliza de parâmetros não científicos para tomar decisões que podem prejudicar milhões de brasileiros. As decisões devem ser tomadas levando em consideração todas as variáveis econômicas, sociais e ambientais.
[bs-quote quote=”Governos são transitórios e uma hora são de direita, outra de esquerda e outra ainda de centro. Um país como o Brasil que tem nas commodities a base de seu comércio exterior não pode de se dar ao luxo de fazer enfrentamento aos países mais desenvolvidos no que diz respeito à preservação do meio ambiente” style=”default” align=”right” author_name=”TADEU ZERBINI” author_job=”É economista e consultor” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/02/TadeuZerbini60.jpg”][/bs-quote]
Governos são transitórios e uma hora são de direita, outra de esquerda e outra ainda de centro. Um país como o Brasil que tem nas commodities a base de seu comércio exterior não pode de se dar ao luxo de fazer enfrentamento aos países mais desenvolvidos no que diz respeito à preservação do meio ambiente.
No brasil, se divide as commodities em commodities agropecuárias (carne de boi, carne de porco, soja, algodão, óleo de soja, trigo, açúcar, milho, arroz, café, suco de laranja e cacau), commodities metálicas (alumínio, minério de ferro, cobre, estanho, zinco, chumbo, níquel, ouro e prata) e commodities energéticas (petróleo Brent, gás natural e carvão). São esses produtos que movimentam o mercado internacional brasileiro. E quem consome? Os países pobres?
Entre todos os integrantes do Grupo dos 20 (G-20), o Brasil é o país menos aberto ao comércio internacional. Enquanto a média mundial equivale a mais de 40% do PIB em transações externas, o Brasil alcança apenas 20% e fica criando problemas diplomáticos com outras nações. Quanto tempo foi necessário para construir as relações comerciais com o mundo?
Os riscos de perda de mercado chinês e árabe com as críticas a Pequim e a promessa de mudar a embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém, retrospectivamente, só não avançaram porque os grandes empresários do agronegócio brasileiro exigiram cautela por parte do governo.
Agora surge a questão das queimadas e desmatamento na Amazônia Legal que está impactando diretamente as relações internacionais e, se não fosse o equilíbrio diplomático de alguns dirigentes internacionais, o Brasil sofreria consequências econômicas desastrosas.
A maior parte da Amazônia Internacional está localizada em território brasileiro, compreendendo 60% do total. Os outros 40% encontram-se na Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname ou seja a Amazônia não pertence só ao Brasil. E a pergunta que se faz é: será que os outros 40% estão sendo desmatados e queimados? Tem que ter grandeza para tratar de uma questão que envolve outros países.
O pico de queimadas na Amazônia Legal foi em 2005, com 63.764 registros e não causaram tanto alvoroço como o que está acontecendo agora. Isto significa que o desgaste de imagem do Brasil junto aos países mais desenvolvidos e com uma responsabilidade ambiental universal explicita, ganha repercussões dramáticas e que podem custar caro aos empresários e ao povo brasileiro.
Mas com um jeep, um cabo e um soldado o Brasil pode defender sua soberania sobre a Amazônia e continuar a manter seu status de um dos países mais fechados ao comércio internacional. A proteção dispensada aos produtos brasileiros custam muito caro para o desenvolvimento do país e obriga os cidadãos a pagarem impostos exorbitantes para manter os insustentáveis salários da máquina pública brasileira, que por meio de suas engrenagens tritura o futuro do povo já combalido por tamanha desesperança.
Vamos ver o que vai acontecer em 2022. Será que o autoritarismo permitirá novas eleições? Abram a capa do olho e aguardem. Sem democracia o futuro é nebuloso.
TADEU ZERBINI
É economista, especialista em Gestão Pública, professor e consultor
ctzl@uol.com.br