A menos de um ano das eleições municipais na capital, somente uma pesquisa qualitativa poderia avaliar o sentimento do eleitor e balizar os rumos da sucessão em Palmas.
Antes de pensar em contabilizar a intenção de votos, os nomes dos candidatos e suas rejeições, cabe uma análise do cenário macro político, onde surgem muitas perguntas e respostas.
Em primeiro lugar, descobrir as reais chances de reeleição que tem a atual ocupante do cargo, a Prefeita Cinthia Ribeiro.
[bs-quote quote=”Competência e desenvoltura, somada a experiência de ter sido a companheira do João Ribeiro, Cinthia tem. Isso mostra que ainda há tempo e que nada está perdido, para quem tem a segunda maior máquina administrativa, perdendo apenas para o governo estadual” style=”default” align=”right” author_name=”EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS” author_job=”É deputado estadual licenciado” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2019/09/eduardo-siqueira-60.jpg”][/bs-quote]
Como ela nunca teve seu nome testado nas urnas pairam muitas dúvidas sobre a capacidade que ela terá para tornar-se uma candidata viável. Respostas pontuais para itens como:
Por qual partido Cinthia será candidata? A situação é difícil, já que ela é filiada no PSDB do ex-senador Ataídes, e é ele quem detém o comando do partido. Esse fato obriga a prefeita arranjar outra sigla para chamar de sua. Como todas as agremiações partidárias estão “ocupadas” por políticos experientes, mais uma avaliação passa a merecer especial atenção: Quem vai apoiar Cinthia Ribeiro?
Vejamos como andam as relações da prefeita com o mundo político. Começando pela Câmara de Vereadores, o quadro de hoje não se mostra bom, já que ela não tem a maioria no parlamento e nem boas relações com o legislativo municipal. Podemos enquadrar nessa mesma situação, o Senado Federal e também a Câmara dos Deputados. Ninguém se apresenta como aliado da luta da Cinthia pela sua reeleição. Até o senador Eduardo Gomes que era considerado próximo, já anda bastante afastado da prefeitura.
Já a Assembleia Legislativa transformou-se na maior trincheira de combate à prefeita. Ali se concentram a maioria dos possíveis candidatos concorrentes, cinco deles já declarados.
O Palácio Araguaia abriga outro adversário de peso da prefeita, um antigo pretendente ao cargo, Wanderlei Barbosa, candidatíssimo!
Também é impossível falar na sucessão de Palmas, sem citar o nome do ex-prefeito Carlos Amastha. Há quem diga que ele não quer ganhar as eleições, mas apenas derrotar Cinthia Ribeiro.
Olhando assim, a prefeita teria que ter uma rara habilidade política, digna dos grandes articuladores políticos, como o seu saudoso marido e senador, João Ribeiro. Se ele estivesse vivo, ela jamais estaria nessa situação.
Nem mesmo a facilidade de falar em público e a sua empatia pessoal, conseguem assegurar a certeza de reeleição da prefeita. Aí entra o tal fogo amigo, esse que não se apaga com gasolina. Se é verdade que ela não contratou combatentes das queimadas, parece faltar também os bombeiros políticos.
Corre dentre os seus secretários a maldosa notícia de que ela é viciada em longas séries de TV. Afirmam ser essa a razão para o descumprimento da sua própria agenda. São pessoas infiltradas que não perdoam a prefeita por cantar em público, nos shows e eventos da prefeitura, enquanto áreas estratégicas esperam por uma atitude. Que fique claro, esses boatos nascem dentro da estrutura municipal e rapidamente ganham as redes sociais. Passou da hora fazer a depuração e formar o time Cinthia Ribeiro.
Estando em casa ou no edifício que abriga o seu gabinete, a prefeita parece estar distante da imprensa e da população. Cabe somente a ela a tarefa sair de casa e partir para corpo a corpo. Competência e desenvoltura, somada a experiência de ter sido a companheira do João Ribeiro, Cinthia tem. Isso mostra que ainda há tempo e que nada está perdido, para quem tem a segunda maior máquina administrativa, perdendo apenas para o governo estadual.
Desde que ela não transforme a si mesma no seu maior adversário, seria hora de demitir os “assessores” quem não trabalham, substituindo por gente que conecte a imagem da boa gestora , com a arte de colher votos. Vale lembrar que a ex-prefeita Nilmar Ruiz (2004) fez uma grande gestão, aprovada por 80% da população, mas que resultou em uma grade derrota nas urnas. Enfrentar outros candidatos e os inimigos públicos, não é tarefa para amadores ou iniciantes. Ela sabe o que fazer, mas até agora não demonstra ter certeza de que será mesmo candidata
Em tempo de crises e incertezas, cabe a prefeita articular o seu grupo de apoio, coordenação e construção do cenário para sua reeleição. Se assim não fizer, a sua próxima série a assistir, será Cinderela, aquela que viu a sua linda carruagem virar abóboras, a meia noite, só que do dia 31 de dezembro de 2020.
EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS
É deputado estadual licenciado, foi prefeito de Palmas, deputado federal, senador e secretário de Estado no Tocantins
palmas14777@icloud.com
(Afastado da política, Eduardo Siqueira Campos escreverá quinzenalmente neste espaço)