Ex-ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do governo Dilma Rousseff (PT) e uma das líderes ruralistas do Congresso Nacional, a senadora tocantinense Kátia Abreu (PDT) em entrevista ao Estadão publicada nesta terça-feira, 13, questionou a postura do presidente Jair Bolsonaro (PSL) em relação ao Meio Ambiente e fala ter evoluído na compreensão das questões ambientais.
Discurso radical
Ao Estadão, Kátia Abreu admitiu que tinha um “discurso radical” na defesa dos produtores rurais, e pensava “dentro da caixinha” em os ambientalistas eram contra a agropecuária. “Aquela coisa decorada. E não tem nada a ver. Abri meus olhos e aprendi o quanto a Amazônia era importante para garantir as chuvas no sul e centro do Brasil. Aprendi sobre a importância das Áreas de Preservação Permanente, que são vitais para manter as nascentes dos rios”, disse a tocantinense.
Comportamento antimercado
Em uma avaliação sobre a postura do presidente da República diante das questões ambientalista, Kátia Abreu afirmou que “Bolsonaro está se comportando como antimercado”. “Hoje, as empresas mais valorizadas na bolsa tem um componente fortíssimo tecnológico e de sustentabilidade. Todo mundo já incorporou isso como necessidade, e não como uma coisa de politicamente correto. Quem é que não está vendo, mais do que nós, agricultores, que as chuvas mudaram, a temperatura mudou, rios que não secavam antes, que eram perenes, e hoje secam? Quem nega isso está fora da realidade”, anotou.
Há exageros
Apesar da observação, Kátia Abreu fala que ainda há abusos no Brasil. “Agora, dizer que não há exageros, principalmente de alguns membros do Ministério Público Federal ligados à área ambiental? Tem sim, preconceitos, ideologias. ONGs mal intencionadas que fazem do assunto um negócio, uma corporação, são empresas, com milhares de empregos, não são anjos da natureza. Mas dizer que todas as ONGs são empresas e corporações? Não, tem muita gente fazendo trabalho sério”, completou.