O deputado estadual Zé Roberto (PT) defendeu na sessão desta terça-feira, 24, a taxação das fortunas e das heranças como forma de levantar recursos como forma de combater a pandemia de coronavírus, o Covid-19. A defesa do petista acontece após a Assembleia Legislativa reconhecer o estado de calamidade pública no Tocantins decretado pelo governador Mauro Carlesse (DEM).
Mais ricos precisam contribuir
Zé Roberto avaliou que o Tocantins tem seguido as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre como combater a pandemia, mas acrescenta que ainda sim é necessário um reforço maior. “Estamos tomando as medidas certas, mas em um país desigual como o nosso, tudo isso ainda é insuficiente. 90% da riqueza do Brasil está concentrada nas mãos de menos de 10% da população e essas pessoas precisam contribuir”, argumentou.
Hora de confiscar
O deputado petista afirma que o Tocantins tem mais de 1,2 milhão de pessoas que vivem com menos de dois salários mínimos e destaca o risco deste perderem o emprego nesta pandemia. “Essa é a hora do Estado confiscar o dinheiro e usar para ajudar os menos favorecidos. Temos que taxar riqueza, herança e cuidar do povo trabalhador”, sugeriu o deputado ao avaliar que a crise do novo coronavírus deve levar cerca de 140 milhões de brasileiros a extrema pobreza.
AL reconhece estado de calamidade
Os poucos parlamentares que compareceram à sessão desta terça-feira, 24, reconheceram o estado de calamidade pública no Tocantins em função da pandemia do novo coronavírus, conforme solicitação do governador Mauro Carlesse (DEM). O presidente da Assembleia, António Andrade (PTB), agradeceu o empenho dos pares. “Quero agradecer o esforço de cada um aqui presente, bem como os que estão online”, destacou, lembrando que muitos parlamentares vieram de muito longe, como a região do Bico do Papagaio, extremo norte do Estado.
Sessão remota
A reunião desta terça-feira, 24, da Assembleia Legislativa pode ser a última presencial durante a crise do coronavírus. Os parlamentares aprovaram também decreto que regulamenta o funcionamento da Assembleia durante a pandemia. Neste caso, porém, os efeitos são de até 60 dias, ou seja, o 25 de maio. Ao fim desse prazo, sua eficácia deverá ser revista, podendo ser ampliada, se necessário. Para casos urgentes, a Casa de Leis realiza sessões remotas.